O projeto Ribeirão Floresta da AEAARP-Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto começa a visitar pessoalmente todos os 680 imóveis do Jardim São Luiz, em Ribeirão Preto, com uma carta-convite para que os moradores escolham as árvores que querem em suas calçadas. Eles terão acesso a um “menu” de 23 espécies de árvores indicadas para reflorestamento urbano. O Jardim São Luiz será o primeiro bairro tecnicamente reflorestado da cidade.
O coordenador do projeto, engenheiro agrônomo José Walter Figueiredo Silva, o diretor de Agronomia da AEAARP, Leonardo Barbieri, e voluntários visitarão as casas a partir desta segunda-feira, 8h. A equipe técnica do projeto selecionou espécies nativas e também exóticas para o reflorestamento do bairro. Dentre as exóticas estão a árvore samambaia, resedá, resedá gigante, coreutéria, escova de garrafa, astrapeia e grevilia anã.
Na próxima semana, haverá um plantão para atendimento aos moradores nos dias 7 e 8/11, das 8h às 20h, e no dia 9/11, sábado, das 8h às 12h, com a equipe da AEAARP e voluntários do Ribeirão Floresta. Eles esclarecerão dúvidas e falarão sobre a Lei 9.437 de 7/12/2001 e o Código de Obras 2932/2019, que obrigam o plantio de árvores em vias públicas de toda a cidade. “Estamos fazendo um esforço para dialogar e conquistar a população num modelo de gestão participativa porque, em média, cerca de 70% da população têm resistência ao plantio de árvores em suas calçadas e, em última instância, a árvore será cuidada por cada morador”, explica o coordenador do projeto.
O engenheiro civil e presidente da AEAARP, Fernando Junqueira, decidiu abraçar o projeto por responder às recomendações dos especialistas em mudanças climáticas, aos princípios do ESG e atender aos objetivos do milênio da ONU. “Ribeirão Preto será a primeira grande cidade paulista exemplo em reflorestamento urbano por iniciativa da sociedade civil. Firmamos parcerias técnicas com o município e com organizações da sociedade que atuam nas áreas de meio ambiente e sustentabilidade e a AEAARP levantará recursos disponíveis para um projeto dessa envergadura”, explicou.
Levantamento arbóreo do Jardim São Luiz
O projeto Ribeirão Floresta foi lançado em novembro de 2023. Com objetivo de sensibilizar a população, a AEAARP ofereceu cerca de 80 horas de aulas gratuitas, de abril a agosto, nos Seminários Ribeirão Floresta, cerca de 50 palestrantes, com aulas teóricas e práticas, aos sábados, em mais de 40 módulos independentes, com aulas sobre reflorestamento urbano, legislação, educação ambiental, mudanças climáticas, inventário arbóreo, uso de drones, gestão participativa para reflorestamento urbano, fauna, espécies para arborização urbana, manejo e fitossanidade, calçada urbana, solo, poda etc. “Tivemos cerca de 150 alunos entre universitários, professores e profissionais de diversas áreas, e muitos se tornaram voluntários do Ribeirão Floresta”, informa o diretor de Agronomia da AEAARP, Leonardo Barbieri.
Entre maio e junho/2024 foi feito um inventário arbóreo do bairro que listou:
-795 árvores e palmáceas analisadas -102 espécies encontradas
-1.235 com cortes corretos -2.470 com cortes incorretos
-6.260 tocos nas árvores -131 buracos nas árvores
Estado geral – aparência das árvores em vias públicas:
-195 ótimo -188 bom -240 regular -172 péssimo -16 mortas
Também foram levantadas a presença e até a localização de pragas e doenças, ninhos, líquens, musgos, insetos, abelhas, marimbondos, ervas de passarinhos, cipó, orquídeas, bromélias, árvores danificadas por veículos, facão/podão, pregos, arames, pintura do caule, envenenamento, além dos tipos e disponibilidade de fiação (alta e baixa tensão), postes, largura das calçadas, garagens, bueiros, placas de sinalização de trânsito, incidência de sol da tarde que pede árvores de médio e grande porte etc.
O estudo do projeto Ribeirão Floresta apontou que o bairro tem infestação de cupins, que ocorre em decorrência de poda incorreta. “A poda correta não deixa feridas na árvore. As feridas necrosam caule e galhos e atraem cupins. O levantamento sobre qualidade da poda de todas as árvores em vias públicas no bairro explica o problema:
6 – ótima poda 72 – boa 205 – regular 274 – péssima 238 – sem poda
O bairro tem 475 espaços com espécies arbóreas e 587 espaços disponíveis para plantio de árvores. A equipe técnica do Ribeirão Floresta indicou 23 espécies para a escolha dos moradores: Cassia Macrantera, Brinco de índio, Árvore Samambaia, Pau de Rosas, Resedá, Ipê Amarelo/Tabaco, Pau Mulato, Ipê Branco, Canudo de Pito, Coração de Negro, Canafístula, Pau Terra, Cassia Rosa, Jacarandá Caroba, Resedá Gigante, Pata de Vaca, Coreutéria, Escova de Garrafa, Aldrago, Gianandi, Astrapeia, Grevilia Anã e Pau Formiga.
Na carta aos moradores, o Ribeirão Floresta ressalta que as árvores purificam e melhoram a qualidade do ar, retendo material particulado, asseguram a redução da temperatura local, amortecem ruídos e barulhos, protegem a água, oferecem a redução no impacto da água de chuva e seu escorrimento superficial, melhoram as condições de permeabilidade do solo, protegem o solo da erosão e beneficiam os rios e córregos de assoreamento, protegem o asfalto permitindo uma maior durabilidade, protegem a biodiversidade, propiciam ambientes acolhedores, valorizam o imóvel e que o contato com a natureza promove a queda da ansiedade e do estresse, melhorando a saúde física e mental das pessoas.
SOBRE A AEAARP
É uma das maiores entidades de classe do Sistema CONFEA/CREA e CAU. Fundada em 8 de abril de 1948, é composta por profissionais e estudantes de engenharia, arquitetura, agronomia, técnicos e tecnólogos.
O projeto Ribeirão Floresta é mais uma ação da marca Civilidade nas Ruas da entidade que em 2019 lançou uma campanha permanente de sensibilização da população para destinação correta de resíduos para reciclagem. De 2022 a agosto de 24, a Civilidade nas Ruas destinou 9.125 quilos de blister para a Unicomper, indústria paranaense que recicla o material, além de vários outros resíduos para outras indústrias.
SERVIÇO
Projeto Ribeirão Floresta
Entrega de carta convite aos moradores
Quando: 4/11, das 8h às 11h – saída da sede da AEAARP
Plantão de atendimento a moradores
Quando: 7 e 8/11, das 8h às 20h | 9/11, sábado, das 8h às 12h
Local: AEAARP – Rua Clemente Ferreira 330