22/08/2022 às 08h00min - Atualizada em 22/08/2022 às 08h00min

Mulheres ocupam apenas 15% das cadeiras no parlamento

No Brasil a maioria da população é feminina. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), junto ao Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), 51,8% da população nacional é composta por mulheres (dados de 2019). Além disso, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostra que no Brasil 25% das mulheres entre 25 a 34 anos têm ensino superior completo, enquanto homens apenas 18%. A pesquisa também indica que a mulher no Brasil tem 34% a mais de chance de ingressar no ensino superior (dados de 2019).

 

Entretanto, esses números não são refletidos na política do país, uma vez que apenas 15% das cadeiras do parlamento são de mulheres. As poucas mulheres que chegam e se mantém na política no país sofrem com frequentes casos de agressões verbais, interrupção da fala com corte dos microfones, assédios, humilhações, ofensas morais, comentários gordofóbicos, racistas e LGBTfóbicos, em razão de se tratar de condição feminina. Esses atos se encaixam em crime de violência de gênero na política.

 

O Grupo de Trabalho de Prevenção e Combate à Violência Política de Gênero, da Procuradoria Geral Eleitoral, garante que o tema é prioritário nos órgãos e já existem cerca de 20 investigações em andamento em diversos estados do Brasil.
 

A advogada e gestora social, atuante na área de assistência social em uma organização social sem fins econômicos por mais de quinze anos em Ribeirão e região, Marcia Pieri, afirma que em nossa cultura não é e nunca foi comum a participação de mulheres na política, o que torna mais difícil avançar nesse sentido.

 

 

- “Para a mudança dessa realidade é urgente a transição cultural que altere o pensamento da sociedade, passando a aceitar, em pé de igualdade, a  relevância da mulher e da sua participação nos espaços políticos também”, explicou.

 

Nas últimas eleições, a gestora social, depois de vários convites para disputar a vereança, pela primeira vez, colocou seu nome à disposição da cidade de Ribeirão Preto. Experimentou o quão difícil é para uma mulher chegar lá. 

 

- “Estou otimista e acredito que a consciência sobre uma nova cultura partidária já começou” – reforçou - com o intuito de encorajar mais mulheres a participar das eleições para cargos políticos.

 

A advogada foi além e ressaltou que as mulheres devem participar mais ativamente da política: 

- “Estamos em ano eleitoral e mais mulheres devem se dispor a essa militância carregando com ela, a força para o embate, denunciando sem medo os abusos e exigindo a punição dos autores”. 

 

Para as mulheres que pretendem se lançar na política, a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres do Ministério da Mulher, da Família e Direitos Humanos lançou o curso “Mais Mulheres na Política”, para fomentar a participação feminina em cargos decisórios. A Ouvidoria Nacional do Ministério Público disponibiliza um formulário eletrônico como meio para que qualquer cidadão denuncie casos de violência contra a mulher.

 

Para Márcia, a punição dos autores desses crimes somada a uma transição cultural urgente pode mudar o cenário.


 

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