O prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, participou nesta terça-feira, dia 30, do seminário “O Caminho para as BiodiverCidades”, em Niterói, Rio de Janeiro. O evento reuniu 18 prefeitos de cidades brasileiras e marcou a adesão de 17 municípios, incluindo Ribeirão Preto, à Declaração de Barranquilla, com o compromisso de impulsionar o desenvolvimento local sustentável, em equilíbrio com a natureza e focado em infraestrutura verde e mobilidade urbana.
“O mundo tem 56% das pessoas morando nas cidades. Na América Latina são 80%, no Brasil 85%. Já em São Paulo este percentual sobe para 94% e, em Ribeirão Preto, chega a 99,7%, portanto, os desafios das cidades estão no fornecimento de saneamento básico eficiente, que promova qualidade de vida e saúde. Além disso, deve atender os desafios voltados à mobilidade urbana, segurança pública, destinação final dos resíduos, sustentabilidade, empregabilidade”, destacou Nogueira em sua fala.
O evento contou com uma apresentação de José Manoel Ochoa, subdiretor de Pesquisas do Instituto Humboldt, da Colômbia, sobre oportunidades para o desenvolvimento de sistemas de mobilidade sustentável.
O evento faz parte de um ciclo de eventos liderado pelo CAF em diversas cidades da América Latina e Caribe, com o objetivo de fomentar um modelo que incorpore de maneira efetiva a biodiversidade à gestão urbana. Até o momento, já se realizaram encontros na Argentina, Colômbia, Equador e República Dominicana, envolvendo 60 autoridades locais de toda a região.
O encontro refletiu a importância de abordar o papel da sustentabilidade para a valorização dos ecossistemas urbanos, analisando os principais desafios das cidades e promovendo a troca de práticas e experiências que permitam conciliar as demandas de preservação da natureza nas cidades e manter o ritmo de crescimento urbano, implantando estrategicamente intervenções de infraestrutura, em particular redes de mobilidade e acessibilidade para pessoas e a proteção dos ecossistemas.
“O capital natural pode ser um bom escudo para as cidades, pode nos ajudar muito no futuro da vida urbana, com mais qualidade para todos. Cidades são sistemas viventes, num cenário ideal com harmonia na função social, econômica e ecológica. A biodiversidade é mais um componente importante da gestão urbana e precisa estar desde já incorporada no cotidiano dos gestores”, avaliou Sérgio Diaz-Granados, presidente-executivo do CAF, em suas palavras de abertura.
Na conferência BiodiverCidades: uma oportunidade para o desenvolvimento de sistemas de mobilidade sustentável, José Manuel Ochoa, subdiretor de Pesquisas do Instituto Humboldt, apresentou diversas experiências, dados e informações gerais sobre as práticas desse tipo de abordagem em todo o mundo, inclusive os ganhos em termos de governança já registrados em diversas cidades. Por exemplo, a redução de riscos climáticos, o fomento ao turismo, mitigação de ruídos, oportunidades educacionais, atração de capital humano, entre outros benefícios.
Em seguida, foi realizado um debate sobre o tema, mediado pelo representante do CAF no Brasil, Jaime Holguín, com a participação de Paula Manoela dos Santos, gerente de Mobilidade Ativa do WRI Brasil, Rodrigo Perpétuo, secretário-executivo do ICLEI América do Sul, Luis Antonio Cortez Ferreira, gerente de Planejamento e Meio Ambiente do Metrô de São Paulo. Jorge Srur, gerente regional Sul do CAF, fez uma apresentação inicial pontuando sobre os desafios e as conquistas já percebidas e instigando a troca de ideias entre os participantes da mesa.
Para os participantes, são evidentes os desafios relativos à mudança do paradigma do carro ser o centro das cidades, da necessidade da integração multidisciplinar na elaboração e execução de projetos e as novas frentes de infraestrutura verde. Ainda, se concluiu que é preciso iniciar já as ações verdes de integração entre a agenda urbana com a biodiversidade, sem esperar o longo prazo para implementá-las, inclusive com o acompanhamento de resultados e alcance de metas.
Em uma segunda etapa, as autoridades mantiveram um diálogo de alto nível, moderado por Ángel Cardenas, gerente de Desenvolvimento Urbano do CAF. A mesa de discussão promoveu a troca de ideias e experiências sobre modelos de gestão urbana em harmonia com a natureza e a implementação de sistemas alternativos de mobilidade, com foco na preservação dos ecossistemas e da saúde urbana.
