09/09/2022 às 12h00min - Atualizada em 09/09/2022 às 12h00min

Ex-jogador “dos bons” hoje esbanja talento na Zona Oeste de RP

Adson Inácio de Oliveira tem 60 anos e é cabeleireiro na Rua Bela Vista, no bairro Monte Alegre em Ribeirão Preto. Ele é pai de dois filhos e avô de dois netos. Estar ao lado dele é prosear e ouvir resenhas que remetem às décadas anteriores. Um ser humano iluminado e espiritualizado, bom de papo e cativante.
 
Mas, você deve estar se perguntando... Quem é Adson?
 
Adson é alguém que esbanjava talento com os pés, em clubes tradicionais do interior do Brasil, incluindo o Botafogo de Ribeirão Preto.
 
Em campo, ele foi Tostãozinho, mas para os adversários, apesar do apelido no diminutivo, sabia se fazer gigante, amedrontando defesas e fazendo com que os beques dos outros times literalmente tremessem.
 
Nós conversamos com a lenda que jogou ao lado de Sócrates, e contra jogadores também famosos como Zenon e Careca.
 
Abaixo a entrevista exclusiva com o hoje, craque das tesouras!
 
A Voz de Ribeirão: Tostão, como foi o processo de começar no futebol?
Tostão: Eu comecei como todo garoto, jogando em campinhos. Certo dia me convidaram para jogar na base do Comercial, onde fiquei até os 14 anos, mas logo um diretor ficou dono do meu passe e me levou para o Botafogo, onde fui campeão de torneios de base.
 
A Voz de Ribeirão: Quais os momentos mais marcantes da sua carreira?
Tostão: Foram vários momentos emblemáticos. Fui campeão paulista juniores contra o São Paulo pelo Botafogo, diante de mais de 80 mil torcedores no Morumbi. Depois, em minha estreia em Come-Fogo, entrei faltando 10 minutos para acabar o jogo e em meu primeiro lance fiz um gol. Isso sem, contar a Seleção, onde tive o prazer de trabalhar com o Bellini, que era supervisor, e com o Dudu da Academia do Palmeiras... Foram muitos momentos. Mas o que todos lembram foi o gol que fiz pelo Taubaté, contra a Ponte Preta, após dar dois chapéus e fazer um gol plasticamente muito bonito.
 
A Voz de Ribeirão: Quais os melhores jogadores que você enfrentou?
Tostão: Eu joguei contra o Guarani que tinha Zenon, Capitão, Valdir Peres. Contra a Ponte que tinha Dicá & Cia. Também enfrentei o Santos com Ayrton Lira, o São Paulo com João Paulo e PC Camassuti, e o Corinthians que tinha o Magrão, Zé Maria, Wladimir. Época dourada do nosso futebol.
 
A Voz de Ribeirão: O que mudou no futebol brasileiro?
Tostão: Hoje o futebol mudou bastante. Está mais corrido, com maior exigência de preparo físico. Mas o Brasil está com uma safra das boas. Tenho certeza que é um dos favoritos para o Mundial, pois temos muito talento individual e nossos jogadores aprenderam a jogar coletivamente em função da Europa.

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