A Nomad, fintech brasileira especializada em soluções financeiras internacionais, lançou um novo relatório com os principais temas que devem orientar as decisões dos investidores nos próximos oito meses. Intitulado “8 temas para investir nos próximos 8 meses”, o estudo destaca tendências que vão desde o avanço da inteligência artificial até riscos geopolíticos e mudanças regulatórias que impactam setores estratégicos.
Segundo especialistas da Nomad, o cenário para 2025 é desafiador, mas abre espaço para oportunidades em áreas como semicondutores, saúde, energia, cibersegurança e defesa.
Resiliência americana continua sendo pilar global
Apesar das incertezas, o mercado americano segue como referência global. “É natural que haja volatilidade, mas os EUA já mostraram resiliência em crises muito maiores”, diz Caio Fasanella, diretor e head de investimentos da Nomad, citando episódios como a bolha pontocom e a crise de 2008.
A Nomad reforça que manter parte do patrimônio exposto ao dólar continua sendo uma estratégia eficaz. “A diversificação geográfica, em moeda forte, protege contra choques locais e amplia o potencial de retorno da carteira”, conclui Fasanella.
Setores defensivos: proteção em tempos de incerteza
Em cenários de incerteza econômica, os setores defensivos se destacam por oferecer proteção ao capital investido. Na bolsa, essa segurança é representada por empresas maduras, com modelos de negócios menos sensíveis aos ciclos econômicos e que incorporam menos expectativa de crescimento futuro em seu valor. Essas características resultam em menor volatilidade, tornando essas companhias uma espécie de “porto seguro” para investidores em tempos turbulentos.
Além disso, ativos defensivos tendem a se valorizar com a retomada da economia, o que aumenta sua atratividade no cenário atual. Empresas sólidas do tipo value stocks (ETF: VTV), com fluxos de caixa estáveis, ativos tangíveis e estrutura de capital conservadora, oferecem uma margem de segurança quando o crédito se contrai e o crescimento enfraquece.
Entre os principais setores defensivos estão as utilidades públicas (ETF: XLU), que prestam serviços essenciais e mantêm receitas estáveis devido à demanda constante. Destacam-se também os “reis” e “aristocratas” de dividendos (ETF: VIG), empresas que aumentam sistematicamente os pagamentos aos acionistas, evidenciando solidez e boa gestão. O setor de bens de consumo básico (ETF: XLP) mostra resiliência pela demanda contínua por produtos essenciais, mesmo em crises. Já o setor de saúde (ETF: XLV) alia estabilidade com potencial de crescimento estrutural, sendo uma escolha estratégica para atravessar períodos de incerteza sem abrir mão de oportunidades futuras.
Renda fixa e crédito privado: normalização da curva e aumento da cautela
A curva de juros da renda fixa nos Estados Unidos começa a dar sinais de normalização após um longo período de inversão entre 2022 e 2024, o que reflete mudanças nas expectativas macroeconômicas. Crescem os temores de uma recessão, agravados pelas novas tarifas comerciais do governo Trump, que afetam a confiança do consumidor e pressionam as margens corporativas. Em resposta a esse cenário, o mercado passou a prever até três cortes na taxa de juros de curto prazo em 2025, movimento mais agressivo do que o antecipado anteriormente, embora as taxas de longo prazo continuem elevadas, mantendo a curva inclinada.
Esse descompasso entre a perspectiva de crescimento econômico fraco e o risco inflacionário mostra a incerteza atual no mercado. No crédito privado, observou-se um aumento moderado nos spreads, sinalizando maior cautela dos investidores diante da incerteza econômica e política. Ainda assim, “o segmento permanece atrativo, especialmente entre emissores de alta qualidade, que oferecem melhor relação risco-retorno nesse ambiente volátil”, afirma Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.
IA e semicondutores: desafios no curto prazo, força no longo
Apesar da instabilidade causada pelas tarifas comerciais propostas pelo novo governo americano, o setor de semicondutores mantém fundamentos sólidos. As tarifas elevaram os custos para empresas fabless, que projetam chips, mas não possuem fábricas próprias, e que dependem da produção asiática. Ainda assim, a demanda por capacidade computacional segue forte.
Em 2025, mesmo com as incertezas, a Nvidia já entregou 3,6 milhões de chips Blackwell, superando os números de 2024. Isso mostra que o avanço da IA continua impulsionando o setor.
Saúde e farmacêutica: volatilidade e tendência estrutural
O setor de saúde também passa por uma fase de transição. As farmacêuticas enfrentaram quedas com a nova política tarifária, mas as tendências de longo prazo seguem positivas, especialmente nos EUA. “A proposta de inclusão dos medicamentos GLP-1, como o Ozempic, no Medicare e no Medicaid pode estimular movimentos semelhantes em outros países, ampliando o uso significativamente”, aponta Paula Zogbi, gerente de Research da Nomad.
Segundo um relatório do CDC (Centers for Disease Control and Prevention/Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças), entre agosto de 2021 e agosto de 2023, mais de 40% da população americana era obesa e 12% já utilizava GLP-1. O potencial de crescimento é expressivo, inclusive em aplicações pediátricas. “É um mercado com forte apelo social e financeiro”, reforça Zogbi.
Energia: choque de curto prazo e transição em curso
Os preços do petróleo e gás natural caíram com as expectativas de guerra comercial e a desaceleração global. Ao mesmo tempo, a transição energética segue acontecendo. Projetos de renováveis continuam recebendo incentivos, e o gás natural atua como complemento para a flexibilidade da rede. A combinação entre o Inflation Reduction Act ( IRA - Lei de Redução da Inflação) e a demanda por data centers movidos por IA está transformando o setor.
Cibersegurança: proteção e crescimento em tempos incertos
O setor de cibersegurança também apresenta características resilientes. Pois, segundo Paula Zogbi, “mesmo em períodos de crise, as empresas não podem cortar investimentos em segurança digital. O risco é alto demais”, destaca.
Segundo um estudo da IBM de 2024, o custo médio global de uma violação de dados atingiu US$ 4,88 milhões — aumento de 10% em relação a 2023, o maior salto desde a pandemia. Nos EUA, o custo médio foi de US$ 9,36 milhões.
Com contratos de longo prazo, baixa rotatividade e demanda crescente por proteção em nuvem, IoT e IA, o setor deve seguir crescendo. “Cibersegurança é hoje uma necessidade estrutural, não mais um luxo corporativo”, afirma Zogbi.
Defesa na Europa: uma nova era de investimentos estratégicos
Na Europa, a reindustrialização militar está em curso com o plano ReArm EU, que prevê até 800 bilhões de euros em investimentos nesta década. O continente está passando de dependente para autônomo em defesa, o que deve transformar a base industrial e gerar empregos qualificados. Neste caso, vale prestar atenção em empresas de médio porte envolvidas em contratos pan-europeus, pois podem apresentar oportunidades assimétricas de retorno, trazendo mais proteção devido a baixa correlação com ativos tradicionais.
Renda fixa e crédito privado: normalização da curva e aumento da cautela
A curva de juros da renda fixa nos Estados Unidos dá sinais de normalização após um prolongado período de inversão (2022–2024), refletindo mudanças nas expectativas macroeconômicas. Ganham força os receios de recessão, especialmente diante dos impactos das novas tarifas comerciais do governo Trump. A confiança do consumidor enfraqueceu, e aumentam as preocupações com a compressão das margens corporativas.
“Esse descompasso demonstra a tensão entre o crescimento econômico enfraquecido, que justifica cortes, e os riscos inflacionários das tarifas, que mantêm os juros longos em patamar alto”, explica Danilo Igliori.
No crédito privado, os spreads se alargaram de forma moderada, refletindo maior aversão ao risco em um contexto de incerteza econômica e política. Apesar disso, o segmento continua atrativo, sobretudo entre emissores de elevada qualidade.
Para acessar o relatório completo da Nomad, clique aqui.
Sobre a Nomad
Fundada em novembro de 2020, a Nomad foi pioneira em oferecer aos residentes no Brasil uma conta bancária nos EUA e, atualmente, é um dos maiores players do mercado no que tange soluções completas para a vida financeira internacional dos brasileiros.
Com a fintech, os clientes podem construir seu patrimônio financeiro em dólar, além de realizar transferências internacionais e compras no exterior com mais economia, quando comparado com um cartão emitido no Brasil. O cartão Nomad é aceito em mais de 180 países para operações presenciais e virtuais, além de permitir saques em caixas eletrônicos (ATMs).
Por meio da plataforma de investimentos, a fintech concede acesso às principais bolsas americanas para a realização de aplicações em ações, ETFs, REITs, Bonds e títulos de renda fixa em dólar para quem busca ‘dolarizar’ o patrimônio como forma de diversificação e, consequentemente, proteção. Os serviços de investimento oferecidos pela Nomad são intermediados pela Global Investment Services DTVM Ltda.
Em 2024, Nomad entrou na lista das “100 fintechs mais promissoras do mundo”, da CB Insights. Foi selecionada pelo programa Emerging Giants da KPMG, que seleciona as companhias que mais se destacam e que apresentam alto poder de crescimento no Brasil e no mundo. Ficou como a 2ª colocada no ranking “LinkedIn Top Startups 2024”, que reconhece as 20 empresas que mais estão crescendo, contratando e chamando a atenção de investidores no país. E também foi selecionada como uma das “100 Startups to Watch 2024”, que reconhece as empresas mais promissoras do ecossistema brasileiro e, no Brasil, é publicada pela Revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios.
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