Projeto com impressora 3D em centro socioeducativo de estudantes de escola pública de Goiás é destaque no mundial de robótica 

O projeto “Empoderando Jovens”, criado no CEPI Gomes de Souza Ramos, apresentou técnicas de impressão 3D a jovens em cumprimento de medidas socioeducativas. A iniciativa foi reconhecida nacionalmente e selecionada para a RoboCup, uma das maiores competições de robótica do mundo. 

AMOTARA AGêNCIA DE NOTíCIAS
30/07/2025 12h33 - Atualizado há 1 dia
Projeto com impressora 3D em centro socioeducativo de estudantes de escola pública de Goiás é destaque no
créditos: Divulgação


Um projeto criado por dois estudantes do Ensino Médio Integral de uma escola pública de Anápolis (GO) participou da RoboCup, uma das maiores competições de robótica do mundo. Desenvolvido no Centro de Ensino em Período Integral (CEPI) Gomes de Souza Ramos, o trabalho levou oficinas de modelagem e impressão 3D a jovens em cumprimento de medidas socioeducativas, usando a tecnologia como ferramenta de inclusão e transformação. Batizada de “Empoderando Jovens”, a proposta foi reconhecida em feiras científicas nacionais e agora vai ganhar visibilidade internacional em Salvador, onde os alunos Daniel Lauvrs Miguel e Maria Eduarda Martins Vaz apresentarão uma experiência de impacto social e protagonismo juvenil. 
 
A professora orientadora do projeto, Cleide Tatiana Silva Ribeiro, destaca, com emoção, como o contato com a tecnologia 3D desperta novas perspectivas de futuro e fortalece a autoestima dos adolescentes em processo de ressocialização. “A tecnologia, nesse contexto, vira uma ponte entre o presente, muitas vezes marcado por rupturas sociais e pessoais, e um futuro com mais oportunidades, autonomia e dignidade. A oficina não é só sobre aprender uma ferramenta, mas sobre descobrir o próprio potencial. Eles desenvolvem habilidades técnicas, raciocínio lógico, criatividade, trabalho em equipe e, acima de tudo, o sentimento de pertencimento”. 
Tecnologia que aproxima e empodera 
As oficinas, realizadas no Centro de Atendimento Socioeducativo de Anápolis, aconteceram entre janeiro e julho de 2024. Ao todo, foram quatro encontros com nove horas de duração cada. A programação foi dividida em etapas: introdução à modelagem e impressão 3D; manuseio de softwares de modelagem e fatiamento; criação de objetos funcionais, como, por exemplo, suporte para celular; além de montagem, operação e manutenção da impressora. 
 
O projeto no CEPI nasceu a partir da aposta na ciência como ferramenta para ampliar os horizontes dos adolescentes e fazê-los entender o próprio potencial. Todos os estudantes são incentivados a desenvolver projetos de pesquisa, combinando diferentes áreas de conhecimento com foco na resolução de problemas reais, ligados ao território onde vivem. Essa abordagem pedagógica tem gerado resultados concretos, como a presença recorrente em feiras nacionais, premiações e, acima de tudo, a valorização do protagonismo juvenil. 
 
Depois de ser premiado na FECITEC-Art, a feira de ciências da própria escola, o “Empoderado Jovens” conquistou vaga para participar da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia 2025 (FEBRACE), um dos eventos científicos mais prestigiados do país. Selecionado entre mais de 2.700 trabalhos inscritos, ficou entre os 300 melhores e foi reconhecido como o melhor projeto do estado de Goiás. 
 
A partir do reconhecimento nacional, o trabalho também ganhou visibilidade na Mostra Nacional de Robótica, e assim foi selecionado para representar o Brasil na etapa presencial da RoboCup, que acontecerá em Salvador, em julho de 2025. A competição reunirá equipes do mundo todo, mas o destaque dos estudantes do CEPI-GSR está na aliança entre inovação e impacto social, uma combinação tão rara quanto poderosa. 
 
A iniciativa também reflete os avanços promovidos pela atual gestão do Governo de Goiás, que tem investido na ampliação e qualificação do Ensino Médio Integral. Por meio de ações estruturantes na rede estadual, como formações docentes, incentivo à pesquisa e fortalecimento da infraestrutura educacional, o estado tem possibilitado que mais estudantes explorem seu potencial e protagonizem projetos com impacto real em suas comunidades. 

Juventude que transforma com ciência 
A estudante e coautora do projeto, Maria Eduarda Martins Vaz, celebra a iniciativa e a possibilidade de vê-la sendo replicada. “Eu me senti muito feliz e honrada por fazer parte disso. Não só porque ensinei, mas porque aprendi muito também. Vi o poder da educação de perto. Esse projeto me mostrou o quanto a tecnologia pode ser uma ferramenta real de transformação, e que nós, jovens da escola pública, temos um papel fundamental nisso. Estou orgulhosa do que construímos juntos e muito ansiosa para mostrar ao mundo o que somos capazes de fazer. Levar esse projeto para uma competição internacional é mais do que uma conquista, é a prova de que acreditar nos jovens, em todos os contextos, vale a pena”. 
 

Para Daniel Lauvrs Miguel, o outro estudante autor do projeto, a experiência também deixou marcas profundas. “Foi muito especial ver como a tecnologia abriu espaço para a troca. A gente chegou com uma proposta e saiu com novas ideias, novas histórias. O interesse deles pela impressora e pelas possibilidades da modelagem 3D mostrou que, quando a gente acredita e oferece as ferramentas certas, muita coisa boa pode acontecer. Foi uma construção coletiva, todo mundo saiu ganhando.” 
 
A partir da ciência, da educação pública e da inclusão social, o CEPI Gomes de Souza Ramos tem provado que o conhecimento transforma vidas. O projeto “Empoderando Jovens” mudou a trajetória dos estudantes envolvidos e  a perspectiva de vida dos adolescentes em cumprimento de medidas judiciais.  
 
Mesmo diante de desafios complexos, a escola mostra que é possível construir novos caminhos com sensibilidade e compromisso social. Entre os jovens atendidos no CASE-Anápolis, 100% relataram aumento da autoestima e maior interesse por tecnologia. Agora, com a classificação para a RoboCup em Salvador, a iniciativa avança mais um passo, não só rumo à competição, mas também na reafirmação do poder transformador da educação pública integral brasileira. 
 
Sobre o Ensino Médio Integral   
  
O Ensino Médio Integral é uma proposta pedagógica multidimensional, moderna, nacional, pública e gratuita. A partir de um modelo de ensino que se conecta à realidade dos jovens e ao desenvolvimento de suas competências cognitivas e socioemocionais, propõe a formação integral dos estudantes. Trabalha pilares como projeto de vida, aprendizado na prática, tutoria, protagonismo juvenil, acolhimento, orientação de estudos e eletivas, que promovem a formação completa do estudante, junto aos componentes curriculares já previstos na BNCC. Está presente em cerca de 6 mil escolas em todo o país, beneficiando mais de 1 milhão de estudantes.   

 

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VANESSA MIRANDA MENEZES
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