A atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) está colocando a saúde mental no centro da agenda das empresas brasileiras. Com a nova diretriz, todas as organizações terão o prazo de um ano para se adaptar às exigências que envolvem a identificação, prevenção e gestão dos riscos psicossociais no ambiente de trabalho — como estresse, ansiedade, depressão e burnout.
A mudança foi motivada por um crescimento significativo nos afastamentos por motivos de saúde mental. O volume de atestados médicos com CID-10, que engloba transtornos mentais e comportamentais, teve um aumento expressivo nos últimos anos, segundo dados do Ministério da Saúde e da Previdência. Muitos desses casos estão diretamente relacionados ao excesso de carga, pressão por metas, ambientes tóxicos e falta de suporte emocional no trabalho.
A NR-1, que define as disposições gerais sobre saúde e segurança no trabalho, passou a reconhecer oficialmente os riscos psicossociais como riscos ocupacionais, exigindo que sejam incluídos nas análises e medidas de prevenção das empresas.
“O sofrimento mental causado pelo ambiente de trabalho é real, crescente e afeta tanto o indivíduo quanto os resultados das empresas”, explica a psicoterapeuta Teresa Lapaz, especialista em saúde mental ocupacional.
- “Tenho atendido, cada vez mais, casos clínicos de profissionais esgotados, em colapso emocional ou com sintomas físicos graves por conta da pressão no trabalho”, ressaltou.
A especialista reforça que essa nova exigência da NR-1 representa não apenas uma obrigação legal, mas uma necessidade urgente de adaptação das empresas aos desafios contemporâneos.
“Cuidar da saúde emocional dos colaboradores é um investimento em produtividade, retenção de talentos e prevenção de passivos trabalhistas, além de evitar perdas por processos trabalhistas e multas. É isso o que tenho passado em palestras levando ao conhecimento empresarial a necessidade de implementar o programa de saúde mental em suas organizações empresariais. Tento transmitir aos empresários como se adaptarem a isso, como também contribuindo com o time de lideranças e colaboradores para que os mesmos desenvolvam sua saúde mental, evitando assim sérios prejuízos econômicos”, como também passarem a ter um ambiente emocionalmente saudável, reforçou.
O que muda com a nova NR-1?
A nova redação da NR-1 exige que os empregadores identifiquem e tratem os riscos psicossociais com a mesma seriedade que os riscos físicos, químicos ou ergonômicos. Entre as ações esperadas estão:
• Mapeamento de fatores de estresse no ambiente organizacional
• Capacitação de líderes para gestão humanizada
• Canais seguros de escuta e acolhimento psicológico
• Protocolos para prevenção de assédio e sobrecarga
• Inclusão de programas de apoio emocional e saúde mental
Riscos para quem não se adequar
As empresas que não se adaptarem dentro do prazo poderão sofrer autuações pelos órgãos fiscalizadores, além de ações trabalhistas, aumento do número de afastamentos e custos elevados com planos de saúde e rotatividade de pessoal. O passivo financeiro e a perda de reputação também são consequências possíveis para quem negligenciar a nova regulamentação.
- “É preciso que os empresários entendam que saúde mental não é luxo, é questão de sobrevivência empresarial. Ignorar isso hoje pode custar muito mais caro amanhã”, reforça Teresa Lapaz.
Com o prazo já em contagem regressiva, especialistas recomendam que as empresas iniciem o quanto antes seus processos de adaptação, implantando em suas empresas o Programa de Combate e Prevenção aos riscos psicossociais. Eu Teresa Lapaz tenho um programa com a minha metodologia com base clínica na Psicologia Transpessoal e Integrativa, há mais de 20 anos de experiência clínica e com mais de 25000 atendimentos realizados até o momento.