21/09/2022 às 13h00min - Atualizada em 21/09/2022 às 13h00min

Artigo: O efeito Flamengo e Palmeiras no futebol brasileiro

Por David Florim

Em 2015, o Palmeiras começou um forte movimento de mercado. Contratou inúmeros atletas e montou a base que lhe traria grandes títulos, a começar pela Copa do Brasil no mesmo ano. No ano seguinte, o Flamengo iniciou seu projeto de reestruturação, levando para a Gávea o meia Diego. A partir dali, o que se viu foi enorme crescente dos dois clubes

Em 2016, o Brasileiro ficou com o Palmeiras; em 2017, Corinthians... Em 2018, novamente Palmeiras. Em 2019 e 2020, Flamengo. Em 2021, Atlético Mineiro. Este ano, ao que tudo indica, será novamente do Palmeiras, a não ser que o clube tenha uma brusca queda de rendimento e de resultados nos onze jogos restantes.
 
Tal polarização, por mais ruim que possa parecer para os torcedores adversários mais imediatistas, tem sido benéfica para o futebol brasileiro, pois força as demais equipes a saírem da mesmice, buscando meios de se estruturarem.

Quem não se lembra dos timecos que o Brasil teve nos primeiros anos do novo milênio? Após os excelentes Palmeiras, Corinthians e Vasco de 2000, vimos o Santos de Robinho e os "galáticos" do Parque São Jorge em 2005. Reforço que não estou me referindo à resultados, que podem acontecer vez ou outra, como através do São Paulo em 2005, Internacional em 2006 e o Corinthians em 2012, contudo, foram pontos fora da curva, sem base estrutural. Foram ondas de superfície.

Agora é diferente. Além de Palmeiras e Flamengo, o Athletico Paranaense parece entender os novos rumos do futebol brasileiro. Além dos três, temos Cruzeiro e Botafogo, que com os novos modelos de negócios, entendem que para as empresas terem lucro, os resultados devem ser priorizados. 

Mas porque eu não citei Atlético Mineiro, Corinthians, Fluminense e São Paulo? Pois, novamente, são ondas de superfície. Times fortalecidos e dívidas sem tamanho. É preciso repensar este modelo que, em outros tempos, não funcionou. Estratégia velha.
 
Já o Internacional (que melhorou com Mano), Vasco (prestes a ter a SAF vendida) e Grêmio, ainda são incógnitas em relação a uma super reestruturação.

Mas voltando às duas principais equipes da atualidade. O Verdão para 2023 é uma incógnita, pois poderá perder jogadores importantes, como Rony e Danilo. Ao mesmo tempo, poderá se reforçar com atletas da base e precisará de contratações assertivas para manter a coluna dorsal e a briga por títulos de grandeza. Já os torcedores rubronegros devem estar mais otimistas para 2023, já que, além de um grupo caro - que pode ser campeão da Copa do Brasil e da Libertadores - a diretoria acena com a possibilidade de novas contratações galáticas, além do interesse em comprar um terreno no Gasômetro para construção do maior estádio da América do Sul,  com capacidade superior a 100 mil torcedores. Ou seja, o estádio poderia lotar em todos os jogos, potencializando a arrecadação anual, já bilionária. Se isto ocorrer, o Flamengo, à médio prazo, poderá ficar mais distante economicamente dos demais, incluindo o Palmeiras. 
 
E isto não é ruim. Pelo contrário, forçará os demais, incluindo o alviverde, a contratarem e pensarem em meios de arrecadação. 
 
Como podemos perceber, nesta corrida todos ganham. E é bem possível que os clubes brasileiros ganhem cada vez mais Libertadores, além de terem mais chances nos mundiais futuros, já que terão suas equipes sempre mais reforçadas, e não necessariamente venderão seus jogadores por qualquer preço.
 
Que bem faz o Flamengo ao nosso futebol. Hoje pode reinar; amanhã já não sei. 
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