22/09/2022 às 11h00min - Atualizada em 22/09/2022 às 11h00min
Quem explica? Poste de sinalização em obra é instalado sobre piso tátil
José Francisco de Carvalho Ramos Pode parecer piada de mau gosto, mas não é. Em Ribeirão Preto, um fato inusitado foi flagrado por um engenheiro civil, em cruzamentos da Avenida Meira Junior.
No canteiro central da via, um poste de sinalização foi instalado sobre o piso tátil – que faz parte das obras de mobilidade urbana do município.
Ou seja, é a acessibilidade sem sensibilidade.
- “No local faltou um pente fino, um carinho de se analisar a situação do outro. Foi feito um belo corredor de ônibus, com vias bem asfaltadas, mas esqueceram-se que as pessoas precisam atravessar. Não há sinal sonoro permitindo a travessia. Como é que o deficiente visual vai saber que ele pode atravessar e que não tem nenhum carro na via pública?”, questionou o engenheiro civil, José Francisco de Carvalho Ramos.
Segundo ele, o deficiente visual que se arrisca na travessia, ao chegar no antigo canteiro central, fica em dúvida.
- “A pessoa fica em dúvida. Para onde vou? Se eu vou para a direita, não há continuidade. Se eu vou para a esquerda, atinjo um poste. As pessoas ficam perdidas”, explicou.
José Francisco de Carvalho Ramos, após notar a falta de noção dos responsáveis pela obra, percorreu outros pontos da cidade. E o que encontrou é inacreditável.
- “O mais grave é que está se implantando um plano de modernidade. Modernidade envolve todas as pessoas da sociedade. Eu pude, a título de curiosidade, observar esses erros básicos em 15 obras novas da cidade. Ou seja, é um conceito totalmente inconcebível quando se pensa na sociedade”, finalizou.
Em nota a Secretaria de Obras informou que a sinalização semafórica para os deficientes visuais são colocadas na rampa de acessibilidade junto ao piso podotatil, local para o fácil acesso ao acionamento da botoeira para acionar o tempo do semáforo para a sua travessia.
José Francisco de Carvalho Ramos
