Um esquema de fraudes no setor de combustíveis gerou prejuízos estimados em R$ 29 milhões, segundo investigações recentes. O caso levanta um alerta sobre os impactos desse tipo de prática criminosa não apenas para o setor energético, mas também para o agronegócio, transportes, indústrias e empresas em geral, que dependem diretamente do abastecimento para manter suas operações.
O agronegócio é um dos mais afetados, já que o combustível representa parcela significativa nos custos logísticos de produção e distribuição. Além disso, o aumento da insegurança no mercado provoca instabilidade nos preços, gerando perda de competitividade para produtores brasileiros no cenário internacional.
De acordo com o advogado Ricardo Dosso, sócio do escritório Dosso Toledo Advogados, o reflexo das fraudes é amplo.
- “Quando uma cadeia essencial como a de combustíveis sofre desvio ou manipulação, toda a economia sente os efeitos. Empresas têm seus custos operacionais elevados e, no fim, o consumidor final também paga essa conta”, explica.
A advogada Ana Franco Toledo, também sócia do escritório, ressalta a importância da atuação conjunta de órgãos públicos e empresas privadas para coibir esse tipo de prática.
- “O combate às fraudes exige fiscalização rigorosa, compliance efetivo e mecanismos de auditoria. Não se trata apenas de punir os responsáveis, mas de prevenir novas ocorrências e garantir mais transparência ao setor”, destaca.
Além dos prejuízos financeiros imediatos, as fraudes afetam a credibilidade das cadeias de suprimento, impactam a arrecadação de impostos e geram insegurança jurídica para investidores.
- “Esse é um problema que precisa ser enfrentado com seriedade e rapidez. Se não houver responsabilização e medidas firmes, corremos o risco de ver fraudes se repetirem em maior escala, trazendo danos irreparáveis para setores estratégicos como o agronegócio”, conclui Ricardo Dosso.