Docente e alunos de Medicina da Estácio, vinculada ao Instituto de Educação Médica (IDOMED), iniciaram, no último mês de agosto, um importante projeto de implantação de ambulatório especial para inserção de DIU e implante subdérmico contraceptivo para população feminina em Ribeirão Preto. Foi inaugurada a unidade ambulatorial de anticoncepção na Unidade Básica de Saúde - Dr. João Baptista Quartin (UBDS Central) de Ribeirão Preto.
O ambulatório conta profissionais capacitados para implantação gratuita de métodos contraceptivos para a população, como o subdérmico contraceptivo e o DIU - Dispositivo Intrauterino de cobre e hormonal.
“O ambulatório de planejamento familiar é de suma importância para a atenção primária à saúde da população, pois os contraceptivos de longa duração são os mais efetivos, pois não necessitam da lembrança da mulher. Agradecemos a todos da Estácio pela implantação do Ambulatório, pois com esse serviço podemos reduzir a demanda reprimida no município que, por conta da pandemia, estava muito alta”, explica a Dra. Janaina Boldrini - ginecologista e coordenadora da saúde da mulher de Ribeirão Preto.
Atualmente, Ribeirão Preto conta com um índice de gestação na adolescência abaixo dos 7%, um grande avanço na saúde pública e abaixo da média do Brasil. O local é referência para as pacientes do município que desejam a colocação gratuita de métodos contraceptivos, como o subdérmico contraceptivo e o DIU - Dispositivo Intrauterino de cobre e hormonal.
O Ambulatório de LARC, sigla que vem do inglês long-acting reversible contraception, métodos contraceptivos reversíveis de longa ação, com duração de no mínimo 3 anos, é supervisionado pela médica e professora do curso de Medicina IDOMED, Erciliene Moraes Martins Yamaguti, e os procedimentos são realizados por alunos capacitados, todas as segundas-feiras, a partir das 7h30.
As pacientes são encaminhadas pelas UBS de Ribeirão Preto, com agendamento realizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto. O atendimento total, desde a consulta até a colocação do implante ou DIU, dura em média 30 minutos.
“A dificuldade de acesso aos procedimentos se dá principalmente pelos custos elevados, com o DIU chagando a custar cerca de mil reais cada, e pela falta de capacitação de profissionais da saúde pública. Os procedimentos apresentam altíssima eficácia, sendo ótimas opções para a população mais vulnerável e que não deseja engravidar”, explica a professora.
O DIU de cobre é custeado pelo SUS e os demais métodos são viabilizados pela Prefeitura de Ribeirão Preto, que há anos desenvolve um projeto que disponibiliza o implante subdérmico contraceptivo para as pacientes vulneráveis, pacientes que apresentam contraindicação aos demais métodos e troca para as pacientes que fazem uso e desejam a troca. Já o DIU hormonal é disponibilizado em casos de menstruação excessiva, endometriose, alterações endometriais e distúrbios de coagulação do sangue.
Os métodos são eficazes e, agora, estão disponíveis para implantação gratuita para esses grupos da população feminina em idade fértil. “A grande vantagem é a baixa taxa de falha, semelhantes à laqueadura tubária. Cabe ressaltar que a taxa de manutenção de uso e satisfação com esse método é muito alta”, comemora Erciliene.
Conheça os métodos:
- DIU de cobre: Disponibilizado sem restrição.
- Implante subdérmico: Disponibilizado para pessoas em situação de rua, adolescentes (até 20 anos incompleto), em uso de drogas psicoativas, pacientes com transtornos mentais graves e para troca do implante.
- DIU hormonal: Disponibilizado para pacientes com menstruação excessiva, endometriose, leiomioma, alterações endometriais, distúrbios de coagulação do sangue.