As vendas de imóveis usados cresceram 11,54% em Agosto frente a Julho no Estado de São Paulo, segunda maior alta do ano, com o preço médio de venda registrando aumento de 25,19% nos 12 meses transcorridos desde Setembro do ano passado, segundo mostram as pesquisas feitas mensalmente pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP).
A pesquisa feita em Agosto com 811 imobiliárias de 37 cidades mostrou que o preço médio de venda de casas e apartamentos usados foi de R$ 608,68 mil, 25,19% a mais que os R$ 486,2 mil de Setembro do ano passado. Os imóveis mais vendidos em Agosto foram os de até R$ 400 mil, somando 57,44% do total. Por faixas de preços, 56,09% se enquadraram nas de até R$ 5 mil o metro quadrado.
“A valorização dos imóveis usados é expressiva e indicativa da resiliência do mercado, em crescimento apesar de todas as adversidades impostas por juros elevados para se financiar a compra, dificuldade para compatibilizar renda com exigências dos bancos e redução do poder aquisitivo das famílias com a inflação elevada”, avalia José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP.
“Fosse outro o cenário econômico e as condições do crédito imobiliário, teríamos uma explosão de vendas considerando o déficit crônico de moradias no Estado, que ultrapassa um milhão de unidades”, acrescenta Viana Neto.
Em Agosto, 50,47% dos imóveis foram vendidos à vista, 44,18% foram financiados por bancos públicos e privados, 4,42% tiveram o pagamento parcelado pelos proprietários e 0,93% foram comprados com carta de crédito de consórcios.
Foram vendidos mais apartamentos (61,63%) do que casas (38,37%) nas 37 cidades pesquisadas e os descontos médios concedidos pelos proprietários sobre os preços anunciados foram de 5,15% para os imóveis situados em bairros de áreas nobres, de 7,69% para os de bairros centrais e de 8,07% para os de bairros de periferia. As regiões centrais concentraram 77,05% das vendas, vindo na sequência as regiões de periferia com 17,22% e as regiões nobres, com 5,74%.
As vendas aumentaram em três das quatro regiões em que é feita a pesquisa CreciSP: na Capital (+ 60,37%), no Litoral (+ 7,88%) e nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco (+ 0,2%). No Interior houve queda de 6,95%.
Imóvel de até R$ 300 lidera
vendas na região do ABCD
Imóveis de preço final até R$ 300 mil somaram 57,47% das casas e apartamentos vendidos nas cidades do ABCD, Guarulhos e Osasco. Os mais baratos foram apartamentos de 2 dormitórios em bairros da periferia de Diadema, vendidos em média por R$ 170 mil, e os mais caros, casas de 4 dormitórios em bairros nobres de Guarulhos, por R$ 2,360 milhões.
Os financiamentos superaram nessa região as vendas à vista (57,47% e 40,23%, respectivamente) e 77,05% das casas e apartamentos se localizam em bairros centrais dessas cidades. O padrão construtivo da maioria é médio (71%).
Interior também teve imóveis
de até R$ 300 mil na liderança
Assim como na região do ABCD, nas cidades do Interior os imóveis de até R$ 300 mil foram os mais vendidos em Agosto, com 55,66% do total. A pesquisa CreciSP com 811 imobiliárias registrou em Bauru os mais baratos - casas de 1 dormitório no centro de Bauru por R$ 99 mil. Em São José do Rio Preto, o mais caro – R$ 2,8 milhões por casa de 3 dormitórios em bairro nobre da cidade.
Os financiamentos empataram com as compras à vista (48,11% cada) e os bairros de regiões centrais das cidades predominaram na preferência dos compradores – 70,73% os escolheram. A maioria das residências vendidas (72%) é do padrão construtivo médio.
Vendas à vista batem
financiadas no Litoral
As vendas feitas com pagamento à vista (59,13%) superaram as realizadas com empréstimos bancários (33,91%) em Agosto no Litoral, segundo a pesquisa CreciSP. A participação dos consórcios foi marginal (0,879%) e os proprietários parcelaram o pagamento de 6,09% dos imóveis vendidos.
Imóveis de até R$ 300 mil também foram os mais vendidos (61,74%) e, na divisão por faixas de preços, 61,54% se enquadraram nas de até R$ 4 mil (61,54%). Os imóveis mais baratos foram casas de 2 dormitórios na periferia de Itanhaém (entre R$ 100 mil e R$ 220 mil) e quitinetes no centro de Praia Grande (entre R$ 100 mil e R$ 115 mil). Casa de R$ 2,7 milhões em bairro nobre de Bertioga com 4 dormitórios foi o imóvel mais caro registrado pela pesquisa.
Locação tem queda de 6,07%
e aluguel médio é de R$ 1,2 mil
A locação de imóveis residenciais caiu 6,07% em Agosto comparado a Julho no Estado de São Paulo e, segundo a pesquisa CreciSP, 53,57% das casas e apartamentos foram alugados por até R$ 1.200,00.
A queda no volume alugado pelas 811 imobiliárias pesquisadas foi determinada pelos resultados em três das quatros regiões que compõem o levantamento: Interior (- 4,58%), Litoral (- 4,89%) e as cidades do ABCD, Guarulhos e Osasco (- 29,01%). Na Capital houve aumento de 4,9%.
Em contraponto aos preços dos imóveis vendidos, com alta de 25,19%, os dos aluguéis tiveram valorização menor nos 12 meses transcorridos de Setembro do ano passado a Agosto último em dois dos três tipos pesquisados por região e queda em um deles.
Em regiões centrais das 37 cidades, o preço médio do aluguel no Estado aumentou 14,62% de Setembro para Agosto ao passar de R$ 1.348,20 para R$ 1.545,32. Em bairros de periferia, a alta foi de 9% com o aluguel médio passando de R$ 1.011,10 em Setembro para R$ 1.112,05 em Agosto.
A queda do preço médio do aluguel ocorreu com os imóveis situados em bairros de áreas nobres e foi de 8,09% nesse intervalo de 12 meses. O aluguel médio de R$ 3.072,71 em Setembro baixou para R$ 2.823,84 em Agosto.
As novas locações de Agosto nas 37 cidades se distribuíram por bairros centrais (70,20%), de periferia (19,31%) e de áreas nobres (10,48%).
Descontos e garantias
Os inquilinos que alugaram imóveis no mês conseguiram descontos médios sobre os valores inicialmente pedidos pelos proprietários de 8,12% para os situados em bairros nobres, de 11,12% para os de bairros centrais e de 10,72% para os de bairros de periferia.
As formas de garantia de pagamento desses novos aluguéis estabelecidas nos contratos são o seguro de fiança (33,23%), o fiador (31,45%), o depósito de três aluguéis (20,88%), a caução de imóveis (8,19%) e a cessão fiduciária (1,53%). Houve ainda 4,71% de locações feitas sem garantia.
As 811 imobiliárias consultadas pelo CreciSP informaram que tiveram um número de contratos de locação encerrados equivalente a 76,83% do total de imóveis alugados em Agosto. A maioria foi por motivos como mudança de endereço (76,83%) e a minoria por motivos financeiros (40,39%).
Mais baratos, mais caros
A pesquisa CreciSP apurou que nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco o aluguel mais barato em Agosto foi R$ 400,00 por casas de dois cômodos em bairros da periferia de Guarulhos. O mais caro – R$ 5.700,00 – foi o de casa de 3 dormitórios em bairro nobre também de Guarulhos.
No Interior, aluguéis mais baratos, de R$ 350,00 mensais, foram os de casas de 1 dormitório em bairros centrais e de periferia de Franca. O mais caro foi o de casa de 4 dormitórios em bairro nobre de Itu – R$ 7 mil mensais.
Nas cidades do Litoral, saiu por R$ 500,00 o aluguel mais barato de Agosto – casas de dois cômodos em bairros centrais de Praia Grande. O mais caro foi registrado em Santos – R$ 5 mil por apartamento de 3 dormitórios em bairro nobre de Santos.
A pesquisa foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.