Após três anos de pandemia e muitos questionamentos relacionados às vacinas, a discussão sobre a importância da imunização da população mundial voltou a ser uma pauta relevante. Para aumentar a conscientização, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) criou, em 2002, a Semana Mundial da Imunização, que ocorre entre os dias 24 e 30 de abril, com o intuito de incentivar o uso de vacinas como meio de proteção contra os mais diversos tipos de doenças e infecções.
Segundo o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por conta das diversas campanhas de vacinação realizadas no país desde a época do Brasil Império, foi possível controlar a disseminação de diversas doenças como rubéola, sarampo, tétano, caxumba, poliomielite e muitas outras. No entanto, devido à redução de casos das doenças e a rápida propagação de fake news nos últimos anos, uma grande parcela da população passou a questionar a necessidade e a eficácia das vacinas.
De acordo com a infectologista e epidemiologista Silvia Nunes Szente Fonseca, docente do IDOMED, a Semana Mundial da Imunização se tornou ainda mais importante após o aumento do índice de hesitação vacinal. “O movimento antivacina ao redor do mundo, apesar de muito pequeno, tem causado um grande alarde na mídia, pois disseminam que a imunização não é eficiente e nem necessária”, comenta Silvia.
Além das campanhas nacionais, o trabalho realizado pelas instituições de saúde é essencial para informar corretamente toda a população. “Para evitar novas epidemias, como a do covid-19, é essencial que as instituições de saúde mantenham a população informada sobre a importância da imunização para evitar o alastramento de infecções já controladas”, complementa a docente.
A infectologista também destaca a necessidade de iniciar o processo de imunização contra doenças como sarampo, hepatite B, rotavírus, tétano, coqueluche, tuberculose e meningite meningocócica desde a infância. Segundo ela, realizar a imunização desde cedo previne infecções graves – impedindo até óbitos – em fases futuras da vida.
Luta contra a desinformação
Durante o período da pandemia, a disseminação de fake news foi mais intensa que em anos anteriores. Dentre as principais informações falsas veiculadas nas redes sociais naquele período, estavam aquelas relacionadas a como se proteger da covid-19 e às vacinas.
A infectologista Silvia Fonseca afirma que, devido a grande quantidade de fake news circulando, é importante que a população fique atenta às informações apresentadas no texto e a quem está anunciando tais informações. Não só isso, mas é fundamental que as pessoas consultem as informações sobre as vacinas em postos e instituições da saúde para se assegurar sobre a veracidade dos fatos.