20/06/2023 às 14h58min - Atualizada em 20/06/2023 às 14h58min

Grávidas no ambiente de trabalho: como empresas podem apoiar mulheres durante a fase da gestação

Divulgação

Muitos desafios e dificuldades que as grávidas encontram não são por conta da gestação em si, mas sim, devido às condições de trabalho impostas por alguns empregadores. “Embora a legislação garanta os direitos das mulheres nesse período, muitas organizações não fornecem o apoio adequado”, diz Aliesh Costa, CEO da Carpediem RH. Segundo a especialista, o problema pode ocorrer por conta da falta de comprometimento, desconhecimento sobre o assunto e, até mesmo, atitudes discriminatórias. “A inexistência de suporte às gestantes pode gerar uma série de consequências desfavoráveis para ambos os lados; por isso é tão importante esta adequação das empresas”, alerta Aliesh.

Conforme explica Aliesh, quando estes lapsos acontecem, a colaboradora pode sofrer estresse emocional e problemas de saúde, podendo até mesmo ter que se afastar precocemente do local de trabalho. Por seu lado, a empresa pode enfrentar queda de produtividade e descontentamentos, com alto risco de se deparar com a repercussão de uma imagem negativa no mercado.

Por isso, a especialista recomenda que as empresas assumam o protagonismo e se comprometam em gerar saúde e bem estar para as grávidas. “Além de seguir os protocolos, o ideal é criar uma cultura inclusiva no ambiente de trabalho, que reflita valores como honestidade, parceria e humanidade com suas colaboradoras”, diz Aliesh.

Mas, como sair da teoria e assumir uma postura de fato acolhedora?  A CEO da Carpediem explica que as necessidades da gestante variam de mulher para mulher. “Mas, certamente todas precisam de apoio”, diz ela, aproveitando para listar algumas ações que podem ser adotadas para uma melhor conduta da empresa com a gestante. Veja a seguir:

Garanta estabilidade. É essencial que mulheres se sintam seguras com seus empregos durante o período da gravidez. A  fase da gestação costuma ser estressante, por isso, as incertezas em relação ao emprego podem agravar o quadro. “O ideal é que a empresa garanta estabilidade”, recomenda Aliesh Costa. “Isso pode ser feito por meio de conversas com os superiores e com o RH. É importante que a colaboradora seja orientada sobre seus direitos; e por seu lado, a  empresa deve ser receptiva e estar disponível para esclarecer qualquer dúvida que possa surgir”, conclui.

Flexibilidade com horários. Gestantes precisam cumprir exames de pré natal e, além disso, podem enfrentar enjoos ou ter episódios de mal estar. Por isso, é interessante que a empresa seja mais flexível com as colaboradoras nesse período. “Uma possibilidade é adotar o modelo de trabalho híbrido nesta fase, quando possível. Mas caso não seja, a compreensão deve vir na forma de horários adaptados à nova rotina da mulher”, diz a especialista.

Adaptações do ambiente. Pequenas alterações no local de trabalho vão fazer toda a diferença para uma jornada de trabalho produtiva, com o acolhimento necessário. “Como consequência, a tendência é haver maior produtividade também”, conta Aliesh. Segundo a especialista, as grávidas são plenamente capazes de executar seu trabalho como sempre fizeram antes da gestação, mesmo com alguns desconfortos por conta das mudanças naturais da fase. “Evitar que gestantes fiquem de pé por muito tempo, ou criar adaptações como introduzir cadeiras ergonômicas para elas, por exemplo, são alguns exemplos do que a empresa pode fazer”.

Programa de gestante. Para as organizações assumirem de fato um papel de protagonismo durante a fase de gestação de suas colaboradoras, o ideal é que se antecipem e disponibilizem um programa de apoio às grávidas. Aliesh aponta que diversas ações podem ser tomadas a fim de apoiar a mulher durante esse período. A especialista lista alguns exemplos, como oferecer orientações sobre saúde e cuidados na gestação; fornecer explicações sobre a postura inclusiva da empresa para acolher gestantes; deixar explícitos os benefícios relacionados à licença maternidade e, ainda, oferecer suporte emocional”, diz Aliesh, que considera que essas atitudes devem se estender também no retorno da licença.


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