Por Ana Café, Psicóloga Clínica
O final do ano se aproxima, trazendo consigo a tradição de refletir sobre as perdas e conquistas acumuladas ao longo dos meses. Para muitos, é um período de celebração e gratidão; para outros, pode ser um momento de desafios emocionais, marcado por lutos, saudades e tristeza.
Nas práticas terapêuticas, é comum orientar pacientes a elaborar uma lista de gratidão e conquistas, ajudando-os a desenvolver sentimentos positivos. Mas e quando essa não é a realidade? E quando o ano foi marcado por perdas profundas, como a de um ente querido ou o fim de um relacionamento? Como acolher essas emoções e enfrentar as festas de fim de ano?
Essa reflexão ganha ainda mais relevância quando compartilhada por quem está vivendo isso na pele. Planejar uma confraternização familiar após a perda da mãe e de um casamento é um desafio real e doloroso.
Situações como essas não são marcadas por crenças disfuncionais, mas por lutos reais, que muitas vezes não permitem que o desejo de comemorar aflore.
O final do ano, tradicionalmente associado à alegria, união e celebrações, pode intensificar emoções como tristeza, saudade ou até depressão, especialmente diante da pressão social para "ficar bem" ou aparentar felicidade.
Esse período nos lembra que é fundamental respeitar os próprios sentimentos e reconhecer que emoções intensas são legítimas e não precisam ser ignoradas. Afinal, nem sempre o encerramento do ano será sinônimo de comemoração — e tudo bem.
Como lidar com o final do ano?
Embora cada pessoa enfrente esse momento de maneira única, algumas atitudes podem ajudar a atravessar dezembro de forma mais leve e respeitosa consigo mesmo:
Um momento para recomeçar
Apesar do peso emocional que dezembro pode carregar, ele também pode ser um convite à introspecção e à criação de novos significados. Mesmo em meio à dor, é possível encontrar pequenas oportunidades de recomeço. Lembre-se: você não está sozinho, e há caminhos para superar as dificuldades.
Seja acolhendo a tristeza, seja celebrando as conquistas, o mais importante é respeitar seu tempo e suas emoções. Que o final do ano seja, acima de tudo, uma chance de cuidar de si mesmo e plantar sementes para um novo ciclo.
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