07/12/2024 às 07h00min - Atualizada em 07/12/2024 às 07h00min

Como lidar com as festas de fim de ano diante de perdas e momentos difíceis

Ana Café - Psicóloga Clínica

Por Ana Café, Psicóloga Clínica

O final do ano se aproxima, trazendo consigo a tradição de refletir sobre as perdas e conquistas acumuladas ao longo dos meses. Para muitos, é um período de celebração e gratidão; para outros, pode ser um momento de desafios emocionais, marcado por lutos, saudades e tristeza.

Nas práticas terapêuticas, é comum orientar pacientes a elaborar uma lista de gratidão e conquistas, ajudando-os a desenvolver sentimentos positivos. Mas e quando essa não é a realidade? E quando o ano foi marcado por perdas profundas, como a de um ente querido ou o fim de um relacionamento? Como acolher essas emoções e enfrentar as festas de fim de ano?

Essa reflexão ganha ainda mais relevância quando compartilhada por quem está vivendo isso na pele. Planejar uma confraternização familiar após a perda da mãe e de um casamento é um desafio real e doloroso.

Situações como essas não são marcadas por crenças disfuncionais, mas por lutos reais, que muitas vezes não permitem que o desejo de comemorar aflore.

O final do ano, tradicionalmente associado à alegria, união e celebrações, pode intensificar emoções como tristeza, saudade ou até depressão, especialmente diante da pressão social para "ficar bem" ou aparentar felicidade.

Esse período nos lembra que é fundamental respeitar os próprios sentimentos e reconhecer que emoções intensas são legítimas e não precisam ser ignoradas. Afinal, nem sempre o encerramento do ano será sinônimo de comemoração — e tudo bem.

Como lidar com o final do ano?

Embora cada pessoa enfrente esse momento de maneira única, algumas atitudes podem ajudar a atravessar dezembro de forma mais leve e respeitosa consigo mesmo:

  1. Reconheça e acolha suas emoções
    Permita-se sentir o que vier à tona, sem julgamentos. Chorar, ficar introspectivo ou apenas desacelerar são formas naturais e saudáveis de processar sentimentos.

     
  2. Conecte-se com alguém
    Compartilhar o que está sentindo com um amigo próximo, um familiar ou até mesmo um profissional pode ser libertador. Às vezes, apenas verbalizar o que se passa dentro de você já alivia parte do peso.

     
  3. Pratique o autocuidado
    Faça algo que te traga conforto, seja ler, ouvir uma música especial, caminhar ao ar livre ou até mesmo praticar meditação. Pequenos gestos podem ajudar a acalmar a mente e o coração.

     
  4. Revise suas expectativas
    O final de ano não precisa, obrigatoriamente, ser marcado por grandes celebrações ou pela presença de muitas pessoas. Permita-se vivê-lo do jeito que fizer sentido para você, sem se pressionar a seguir padrões.

     
  5. Busque ajuda profissional, se necessário
    Se a tristeza for persistente e profunda, não hesite em procurar o apoio de um psicólogo ou outro profissional de saúde mental. Essa pode ser uma etapa importante para encontrar equilíbrio.

Um momento para recomeçar

Apesar do peso emocional que dezembro pode carregar, ele também pode ser um convite à introspecção e à criação de novos significados. Mesmo em meio à dor, é possível encontrar pequenas oportunidades de recomeço. Lembre-se: você não está sozinho, e há caminhos para superar as dificuldades.

Seja acolhendo a tristeza, seja celebrando as conquistas, o mais importante é respeitar seu tempo e suas emoções. Que o final do ano seja, acima de tudo, uma chance de cuidar de si mesmo e plantar sementes para um novo ciclo.

Sobre Ana Café

Ana Café é Psicóloga Clínica especializada na Prevenção e Tratamento da Dependência Química e em Saúde Mental da Infância e Adolescência. Graduada pela Universidade Estácio de Sá em 1993,  possui Especialização no Tratamento e na prevenção dos Transtornos do Impulso e na prevenção ao uso de drogas pela Faculdade Federal de Santa Catarina.
 
Foi capacitada pela Secretaria Especial de Prevenção às Drogas do Rio de Janeiro, pelo Ministério da Defesa Exército Brasileiro, como Agente Multiplicador na prevenção ao uso/abuso de substâncias psicoativas. 
 
Fundadora do Instituto ConstruirSer, diretora da Clínica Ana Café Núcleo Integrado de Psicologia e Psiquiatria e sócia fundadora da Clínica Espaço Village.
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