As mudanças climáticas alteraram muito as temperaturas e comportamentos das estações, porém, ainda é possível sentir as consequências de épocas de frio, calor, umidade, entre outros, principalmente em nosso corpo.
De acordo com a dermatologista, Paula Sian as consequências são inúmeras tanto para a pele quanto para os cabelos. As altas temperaturas acentuam a transpiração que obstruem os poros, estimulando as glândulas sebáceas, que inevitavelmente produzem mais óleo. No rosto, o clima pode apresentar uma piora significativa da acne, cravos e cistos inflamados. Em outras partes, micoses e fungos nas áreas de umidade (virilha, axilas, sob os seios, pescoço, pés, mão, etc) tornam-se comuns, assim como as frieiras, que geram desconforto, dor e coceiras.
Os olhos também são afetados. “Durante a época de calor e umidade os casos de terçol ou blefarite tornam-se mais frequentes e precisam de cuidados específicos em parceria com um oftalmologista” - explica. Outro trabalho em conjunto entre especialidades médicas está na região dos órgãos genitais, que sofrem com o aumento da candidíase vaginal. “ Apesar de ser maior a procura no ginecologista, já tratei muitos pacientes com candidíase vaginal, devido aos sintomas de ardência e coceira ao redor da vagina, na pele dos grandes lábios e períneo” esclarece, Paula.
Já os cabelos e couro cabeludo, podem ter sua saúde afetadas por dois fatores, o excesso de lavem e secagem incorreta e também pela transpiração e aumento da oleosidade. Os dois casos apresentam riscos como caspas e seborreia. “Deve haver um equilíbrio entre as lavagens e uso de determinados produtos, uma vez que muitos podem colaborar com o aumento da oleosidade” - afirma a especialista.
O importante é saber que há como controlar essas manifestações do organismo com medidas simples, a começar pela alimentação, pois, uma dieta rica em açúcar, leite e gordura saturada podem piorar a oleosidade da pele. Escolher alimentos leves ricos em proteínas e fibras contribui para a diminuição dos impactos causados pelo clima. Já nas aplicações de cosméticos, é importante entender que os produtos devem mudar de acordo com a estação do ano, ou seja, optar por componentes que contenham ácidos e clareadores, pois podem irritar a pele e deixar mais sensível ao sol.
Outros cuidados como limpar a pele de duas a três vezes ao dia, uso de protetor solar a cada duas horas e a ingestão de água podem minimizar e claro, a médica alerta para a importância de visitas periódicas ao especialista que indicará a forma correta para os cuidados da pele.
Dra. Paula Sian (Dermatologista)
Dermatologista desde 2007, Paula Sian Lopes é formada pela Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP), onde também fez residência em Clínica Médica e Dermatologia. Especializou-se em Farmacodermia e Dermatoses Imunoambientais na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e em Medicina Chinesa e Acupuntura na Associação Médica Brasileira de Acupuntura (AMBA).
Desde 2011, Paula atende em seu consultório próprio com o viés em Dermatologia clínica, estética e cirúrgica, tanto para adultos como crianças. Além disso, a especialista realizou serviços voluntários no ambulatório de alergias da UNIFESP, de 2013 a 2017.
A médica também é escritora e acaba de lançar o “Um burnout para chamar de seu”, um livro que relata, pelo ponto de vista do paciente como é conviver com o burnout.