Uma pesquisa da Dubu, consultoria de estratégia para marcas e negócios, apontou queos brasileiros se mostram mais preocupados em manter uma vida mais saudável do que na busca pelo corpo ideal, inclusive em relação à realização de cirurgias plásticas. Como forma de melhorar a saúde, 61% dos entrevistados apontaram que desejam praticar exercícios regularmente; 49% querem consumir mais alimentos saudáveis; e 20% querem praticar atividades que atuem positivamente nas questões de saúde mental, que aparece como coadjuvante, entretanto, quando comparada aos cuidados com o físico.
Enquanto 70% dos entrevistados disseram preferir ter um corpo sadio sustentado por boas práticas, apenas 11% afirmaram que consideram muito realizar uma cirurgia plástica no futuro. Ainda, 54% não consideram fazer este tipo de procedimento.
“Os números revelam que os entrevistados querem ter corpos mais saudáveis, mas sem que isso represente necessariamente a busca pelo corpo ideal, por meio de procedimentos estéticos invasivos, por exemplo. Embora eles possam ser considerados uma opção, a pesquisa registra nitidamente o desejo e a conexão da população nacional com a saúde, mas não a um custo qualquer: o consumidor está mais ligado a tudo, da etiqueta de produção aos ingredientes, que saber a história e os benefícios do que compra, de onde investe”, afirma Anna Azem, sócia-fundadora da Dubu.
Em relação à alimentação saudável, o consumo de frutas (43%) e de hortifrútis (37%) são apontados como os mais benéficos para a saúde, enquanto fast food (43%), doces (40%), refrigerantes (36%) e alimentos processados (36%) são vistos como vilões. Já entre as marcas de alimentos de comidas e bebidas consideradas boas e ruins para o corpo, os brasileiros apresentaram respostas consideradas até mesmo contraditórias, com Nestlé e Coca-Cola aparecendo com ambas as opções.
Entre as vistas como positivas estão Nestlé (15%), Coca-Cola (8%), Sadia (6%), Danone (4%) e Mãe-Terra (4%). 43% não souberam responder. Já entre as vistas como negativas estão Coca-Cola (26%), McDonald’s (6%), Nestlé (5%), Sadia (3%) e Skol (3%). 45% não souberam responder.
De olho no mercado de esportes
Por outro lado, o setor de esportes é visto por 44% dos brasileiros como um segmento que produz ofertas que respeitam muito a diversidade de corpos das pessoas. Estão entre as marcas apontadas como mais positivas a Nike (25%), Adidas (24%), Puma (6%), Olympikus (4%) e Centauro (4%). 24% não souberam responder.
Para Julia Guilger, sócia-fundadora da Dubu, os brasileiros demonstraram ter conhecimento sobre aqueles alimentos que mais fazem bem ou mal à saúde, porém ainda há dificuldades em associar as marcas de comidas e bebidas aos impactos positivos ou negativos para a saúde e, por conta disso, há uma contradição na hora de apontar se certos produtos podem fazer bem ou mal ao corpo. .. A especialista afirma que, por outro lado, as marcas de esportes já conseguiram se fortalecer e se destacar no imaginário dos brasileiros, e são vistas de maneira positiva em relação à saúde. Também há menos pessoas que não souberam nomear uma marca positiva nesse segmento.
O estudo ainda destaca dados sobre a forma como a população pesquisa e consome informações sobre saúde, corpo e esporte. Enquanto 72% dos entrevistados preferem consultar profissionais especializados e 33% consomem mídias mais tradicionais sobre o assunto, juntamente com a opinião de pessoas relevantes para si mesmos, como influenciadores (19%), por exemplo. Apenas 10% recorrem às marcas para obter informações que envolvem uma vida saudável. “Cabe às marcas deixar de se colocar como protagonistas e dar voz às pessoas, se quiserem conquistar um público não somente engajado, mas que consome”, conclui Ivan Scarpelli, sócio-fundador da Dubu.
Sobre a pesquisa Sem Cabimento - A pesquisa “Sem Cabimento” é inspirada em um experimento realizado pelo ginecologista Robert L. Dickinson e pelo artista Abram Belskie em 1945. A dupla criou duas esculturas com o objetivo de representar aqueles que seriam os corpos de um homem (Normman) e de uma mulher (Norma) considerados comuns. Para a pesquisa, foram realizadas 500 entrevistas quantitativas com pessoas de todo o Brasil, de ambos os sexos, com idades entre 16 e 50 anos. O índice de confiança é de 95%.