07/01/2025 às 13h50min - Atualizada em 07/01/2025 às 13h50min
Alta do dólar impulsiona exportações de café brasileiro
freepik A recente alta do dólar em relação ao real trouxe uma série de impactos para a economia brasileira, beneficiando especialmente o setor de exportações. Entre os principais produtos agrícolas, o café se destaca como um dos grandes favorecidos pela valorização da moeda americana.
Com o dólar subindo, os exportadores brasileiros passaram a ter receitas mais elevadas quando vendem seus produtos no mercado internacional. Para o café, uma das commodities mais importantes do Brasil, o cenário é particularmente positivo. Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o país é responsável por cerca de 30% do café consumido globalmente, o que lhe confere uma posição de liderança no mercado.
A elevação do dólar tem dois efeitos principais para os exportadores de café, segundo Cristiane Fais, CEO da Accrom Consultoria em Logística Internacional:
- “Com a moeda brasileira desvalorizada, o café produzido no Brasil torna-se mais barato em comparação aos concorrentes de outros países. Isso aumenta a demanda pelo produto brasileiro em mercados estrangeiros. Além disso, as vendas realizadas em dólares são convertidas para reais a taxas mais altas, gerando um retorno financeiro maior para os exportadores. Esse aumento de receita é essencial para compensar custos de produção, que também estão em alta devido à inflação”, explicou.
Segundo ela, a alta do dólar não beneficia apenas grandes exportadores, mas também produtores rurais que fornecem o grão para exportação. No entanto, o cenário também traz desafios. O aumento nos custos de insumos como fertilizantes, que são em grande parte importados e precificados em dólar, reduz parte dos ganhos obtidos com a alta da moeda americana.
- “O café é um dos produtos mais tradicionais do agronegócio brasileiro e desempenha um papel crucial na geração de empregos e divisas para o país. Em 2023, o Brasil exportou mais de 40 milhões de sacas de café, gerando receitas superiores a US$ 8 bilhões. Estados como Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo são os principais produtores, sendo responsáveis por abastecer mercados exigentes como Estados Unidos, Alemanha e Japão”, destacou Cristiane Fais, CEO da Accrom e especialista em importações e exportações.