A deficiência de estrutura de armazenagem nas propriedades rurais brasileiras está levando produtores a buscarem alternativas temporárias e de rápida implementação. Uma das soluções que vem ganhando força no campo é o uso do silo-bolsa — tecnologia móvel amplamente utilizada em países como Argentina e Estados Unidos e cada vez mais importada por agricultores brasileiros.
De acordo com Cristiane Fais, CEO da Accrom Consultoria em Logística Internacional, a demanda por esse tipo de equipamento disparou nos últimos anos, especialmente em regiões onde a colheita é intensa e os silos convencionais não são suficientes para comportar toda a produção.
“O silo-bolsa é uma resposta imediata à falta de infraestrutura fixa. É fácil de transportar, instalar e tem um ótimo custo-benefício. Com a pressão da safra e a necessidade de escoar a produção rapidamente, muitos produtores optam por importar o silo-bolsa como uma solução eficiente e prática”, explica Cristiane.
A estrutura do silo-bolsa consiste em um grande tubo de plástico flexível, com capacidade para armazenar grãos a granel diretamente no campo, reduzindo custos com transporte e perdas pós-colheita. Além disso, por ser uma tecnologia portátil, permite ao produtor expandir sua capacidade de estocagem de forma escalável, sem a necessidade de grandes investimentos em obras.
Outro diferencial do silo-bolsa é sua função estratégica em cenários logísticos complexos, como os vividos em anos de supersafra, quando há gargalos em portos e armazéns. A tecnologia também é aliada da sustentabilidade: permite melhor controle de pragas e fungos por meio da atmosfera modificada e reduz o manuseio dos grãos.
Para Cristiane Fais, a alta nas importações de silo-bolsa mostra uma tendência de modernização das práticas agrícolas brasileiras, ainda que motivada por uma infraestrutura deficiente.
“O ideal seria que as fazendas tivessem uma estrutura de armazenagem compatível com seu volume de produção. Mas enquanto isso não acontece, o silo-bolsa cumpre um papel fundamental para evitar desperdícios e garantir que o produtor tenha mais autonomia na hora de negociar sua safra”, conclui.