04/05/2022 às 16h49min - Atualizada em 04/05/2022 às 16h49min

Entenda o que é a afasia e como ela afeta o funcionamento do cérebro

Ao final de março, o ator Bruce Willis anunciou a sua aposentadoria devido ao diagnóstico de uma condição chamada afasia. De acordo com o neurocirurgião Dr. Eduardo Quaggio, trata-se de uma disfunção do cérebro que faz com que o paciente desenvolva dificuldades para se comunicar adequadamente, afetando ainda a compreensão de imagens, sons e até mesmo de determinadas figuras de expressão.
O especialista também explica que o distúrbio costuma ser o resultado de lesões em regiões perisilvianas do hemisfério dominante, geralmente surgindo devido a presença de neoplasias, em resultado de acidente vascular cerebral (AVC) e traumatismos cranioencefálicos, ou como consequência de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
Os dados sobre esse problema de comunicação a nível nacional ainda são escassos, o que torna comum a utilização de ocorrências de novos casos de AVC para determinar uma possível perspectiva das incidências de afasia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o acidente vascular cerebral é a primeira causa de incapacidade no Brasil, com 108 ocorrências para cada 100 mil habitantes, ao ano.
Quaggio diz que a afasia ainda pode se apresentar de diversas formas e que sua classificação é heterogênea, ou seja, o resultado de uma combinação da afetação de diversos componentes característicos da linguagem, como fluência verbal, compreensão, nomeação, leitura, escrita, repetição etc. “Logo, sua manifestação clínica é variável.”
Embora muitas vezes trate-se de casos neurodegenerativos, um tratamento adequado será capaz de diminuir a velocidade de progressão da doença. Logo, quanto mais cedo for apresentado um diagnóstico, melhores serão as perspectivas de resultados que mantenham ou tragam de volta a qualidade de vida do paciente.
“Já os tratamentos terão como base a terapia fonoaudiológica, sendo destinados a distúrbios neurodegenerativos ou não. Entre as principais abordagens estão o auxílio ao máximo de armazenamento cerebral de fala e linguagem, a estimulação e participação no ato de comunicação, a busca por caminhos alternativos de diálogo, e a transmissão objetiva de informações sobre a condição da afasia para o paciente, seus familiares, amigos e cuidadores”, diz Dr. Eduardo.
Lembrando que os procedimentos sempre serão terapêuticos e podem ser conduzidos por uma equipe multiprofissional. A reabilitação da afasia não utiliza de medicamentos ou cirurgias.
 
Quem é o Dr. Eduardo Quaggio?
Dr. Eduardo Quaggio é médico formado Faculdade de Medicina de Rio Preto (FAMERP), em São José do Rio Preto (SP), com residência médica em neurocirurgia pela mesma instituição.
Membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia desde 2009, Quaggio reúne em seu currículo estágio em neurocirurgia funcional no departamento de neurocirurgia funcional do Hospital das Clínicas de São Paulo da Universidade De São Paulo (USP) e estágio em neurocirurgia funcional em Cleveland Clinic, nos Estados Unidos.
Atualmente, trabalha em Ribeirão Preto como neurocirurgião geral, com foco principalmente em neurocirurgia funcional. Na região, atua no corpo clínico dos hospitais: Hospital Imaculada Conceição (Ribeirão Preto), Hospital São Paulo (Ribeirão Preto), Hospital São Lucas (Ribeirão Preto), Hospital São Francisco (Ribeirão Preto), Maternidade Sinhá Junqueira (Ribeirão Preto), e Hospital Neto Campello (Sertãozinho).
Também faz parte do corpo clínico do Instituto da Coluna de Ribeirão Preto e do Instituto Neuropulse de Neurologia e Neurocirurgia e preceptor de neurocirurgia do Programa de Residência Médica pelo Hospital Beneficência Portuguesa de Ribeirão Preto.


 
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