Mensagem de ex-colega faz professora de ioga lembrar que foi chamada de ‘bonita demais para ser freira’
Hoje aos 24 anos, Nycole Gomes não seguiu a vida religiosa e decidiu trilhar a profissão de professora de ioga, onde encontrou sua forma de espiritualidade.
JéSSICA ESTRELA
02/10/2025 16h56 - Atualizado há 18 horas
Créditos: @nycolereifofc | CO Assessoria
A lembrança voltou em uma postagem que Nycole fez nos stories do Instagram. Ela exibiu a mensagem enviada por um ex-colega, em tom de ironia: “Você me dispensou dizendo que queria ser freira… e agora aparece dando aula de ioga na praia.” No story seguinte, publicou uma foto antiga de quando sonhava em seguir a vida religiosa, mostrando o contraste entre o passado e o presente.
“Eu cresci acreditando que minha vocação era viver em clausura. Minha família me educou para isso e eu realmente me via com o hábito. Mas quando ouvi que era bonita demais para ser freira, algo acendeu dentro de mim. Comecei a me perguntar se estava pronta para abrir mão da minha juventude, dos meus desejos, da minha liberdade”, relembra.
A trajetória de Nycole começou muito antes desse dilema. Nascida em Arapiraca, no interior de Alagoas, ela foi abandonada pela mãe aos 5 anos, quando vizinhos acionaram o conselho tutelar. O pai biológico tentou a guarda, mas perdeu o processo, e a menina foi adotada por uma nova família em Maceió. “Cresci entre a sensação de perda e a necessidade de me reinventar”, resume.
Aos 17 anos, deixou a casa adotiva em busca do pai que pouco conhecia, viveu um período em Goiânia e depois se estabeleceu em Brasília, onde trabalhou como cuidadora de crianças e encontrou estabilidade. Foi na capital federal que decidiu seguir a carreira de professora de ioga.
“O dilema religioso ainda me acompanhava, mas foi ao me afastar do convento que descobri outro espaço de espiritualidade: a ioga. A disciplina que aprendi no convento eu levei para o tapete de ioga. Mas ali eu descobri que podia usar essa disciplina para me conectar comigo mesma, sem repressão, sem culpa. Foi libertador”, afirma.
Atualmente, Nycole é reconhecida pelas aulas de ioga ao ar livre e também pela forma como passou a encarar o corpo. “Durante anos me ensinaram que sensualidade era pecado. Eu aprendi que pode ser também espiritualidade. Meu corpo não é um peso, é a forma mais sincera de dizer quem eu sou”, diz.
O contraste entre a adolescente que recusava namoros porque sonhava em ser freira e a mulher que hoje atua como professora de ioga tornou-se parte de sua própria narrativa de transformação. “A freira que nunca fui me ensinou a ser a mulher que eu sou. Escolher não seguir aquele caminho foi, na verdade, o primeiro passo para encontrar a minha liberdade”, conclui.
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JESSICA ESTRELA PEREIRA
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