Rastreabilidade evita consumo de bebidas adulteradas

Padrão global de identificação como o código de barras GS1 auxilia o rastreio de lotes de produtos originais distribuídos e garante a segurança do consumidor

PATRICIA NUNES SOARES
15/10/2025 17h27 - Atualizado há 4 horas
Rastreabilidade evita consumo de bebidas adulteradas
GS1 Brasil
Os recentes casos de intoxicação por bebidas adulteradas com metanol no País que resultaram em internações e mortes expõem o problema recorrente de falsificação e adulteração de bebidas alcoólicas. Diante do cenário emergencial, o conceito da rastreabilidade na cadeia de suprimentos surge como uma solução de transparência e rápida identificação de cada elo da cadeia por onde passou um produto, desde o fabricante até o consumidor final.

A Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil é a responsável no País pelo padrão global de identificação de produtos reconhecido pelos sistemas de automação de mais de 150 países. É visível nas embalagens, que é o código de barras. Pode ser o código linear ou o QR Code padrão GS1. As marcas usam o código que reúne informações como lote, data de fabricação, certificados, dados do fabricante e outras, todas acessíveis ao consumidor por meio de leitura por telefone celular.

Setores como alimentos, bebidas e saúde já utilizam esses padrões no mundo todo, com resultados comprovados em segurança e confiança. No Brasil, ampliar essa prática é mais do que uma medida tecnológica, é uma questão de saúde pública. Vale reforçar a ideia de que é necessário um trabalho conjunto entre indústria, governo e sociedade.

Perdas
Além do risco à saúde e perdas irreparáveis à população, a adulteração de bebidas e outros produtos traz enormes perdas econômicas — somente em 2024, estima-se que o País deixou de arrecadar R$ 28 bilhões em impostos por conta do mercado paralelo.

Os números revelam a dimensão do problema. Segundo a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), 36% do volume de destilados comercializados no País é adulterado – seja por falsificação de rótulos, manipulação indevida ou ausência de controle sanitário. Além dos riscos diretos à saúde da população, essa prática alimenta a informalidade, mina a confiança do consumidor e cria concorrência desleal entre empresas sérias e aquelas que atuam à margem da lei.

A situação é agravada pela dificuldade de fiscalização em um mercado tão pulverizado e pela circulação de produtos sem identificação confiável. Nesses casos, o consumidor muitas vezes não tem como verificar a procedência da bebida que chega ao seu copo. É justamente nesse ponto que a rastreabilidade se torna uma ferramenta indispensável, oferecendo visibilidade sobre toda a cadeia de produção e distribuição.

A rastreabilidade é um divisor de águas que pode transformar o mercado, proteger consumidores e preservar a credibilidade de todo o setor.

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Patricia Nunes Soares
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