Divulgação Atualmente o mundo é um lugar perigoso para mulheres e o Brasil se encontra em quinto lugar entre os países que mais matam mulheres no mundo. Segundo dados do Atlas da Violência 2021, somente em 2019 foram registrados 3.737 feminicídios por aqui. Outro dado assustador levantado de 2021 é a quantidade de estupros, além de estupros de vulnerável. Segundo informações, no ano passado a cada 10 minutos um caso foi denunciado.
Segundo a advogada Márcia Pieri, coordenadora geral da ONG De Mãos Estendidas, o fato é grave é serve de alerta para que políticas públicas sejam criadas, a fim de penalizar os autores e inibir que crimes assim sejam praticados.
- “É muito importante que algo seja feito o quanto antes. Nossas mulheres e até mesmo crianças estão sendo violentadas por homens incapazes de amar. São pessoas que se sentem donas do(a) companheiro(a). Isto tem que acabar”, explicou Márcia Pieri.
A violência contra mulher é uma problemática grave no Brasil. A mesma está sujeita a passar por uma situação de agressão a qualquer momento. De acordo com Márcia Pieri, hoje os crimes ganharam amplitude e vão bem além das agressões físicas.
- “Hoje o que vemos são casos de violência psicológica, física, obstétrica, patrimonial, moral, sexual, virtual, institucional. No Brasil, o direito à liberdade, à vida, à saúde, à educação e à justiça, são pontos garantidos a todo ser humano pela Constituição. Porém, para as mulheres não passa de um direito escrito no papel, pois as mesmas vivem com medo e vulneráveis. Ressaltando que a pandemia piorou ainda mais o cenário”, ressaltou.
Nos últimos anos, organizações que atuam em defesa da mulher ganharam ainda mais importância. É o caso do Programa de Mãos Estendidas, que desde 2007 já atendeu muitas pessoas de Ribeirão e região que passaram por situações assim.
E para quem acha que dirigentes de organizações como a ONG de Mãos Estendidas já viram de tudo, está enganado. Diariamente, fatos novos chocam, e as almas sensíveis e voluntárias que atuam no enfrentamento às dores agudas sofridas pelas mulheres, igualmente sofrem. Em 2017, o Programa de Mãos Estendidas registrou um caso de uma mulher que procurou ajuda e estava de cadeiras de rodas, com as pernas imobilizadas de uma recém cirurgia de ligamentos no joelho. A cirurgia foi necessária pois a mulher foi jogada do quarto andar de um prédio. O agressor era seu marido, que já a agredia há 17 anos. Nesse caso, o casal começou uma discussão porque a mulher dizia estar infeliz com a maneira como vivia. O marido trancava portas e janelas antes de sair para o trabalho, com o intuito de prendê-la. Além disso, ela não tinha acesso ao celular e nem contato com outras pessoas. O filho do casal, até então menor de idade, fugiu e acionou a Polícia. O Programa de Mãos Estendidas a acolheu e prestou ajuda e apoio necessários para que a mesma fosse atendida por toda a rede de serviços para seu fortalecimento e medida de proteção.
- “Foi um caso emblemático que até hoje lembramos com tristeza. Porém, nós sabemos que no fim das contas, o que fazemos não é algo entre nós e o outro, mas sim algo entre nós e Deus. Por isso ajudamos, entregamos amor e procuramos enxugar lágrimas”, disse a coordenadora geral da ONG de Mãos Estendidas.
Brasil:
No Brasil existem medidas para o combate ao machismo e a violência contra a mulher, como a Lei Maria da Penha. Para a coordenadora e advogada do PME é necessário que a lei seja cumprida com máximo de rigor, resultado na prisão dos agressores e os que descumprem medidas protetivas. Além disso, é imprescindível que se cobre do agressor o ressarcimento de danos materiais e morais suportados pela vítima frente à agressão que sofreu, pois mexer no bolso é uma pena que o agressor quer evitar, como uma tentativa de mudar a ideia de impunidade vista hoje no país.
Acompanhamento de meios de reeducação comportamental é de extrema importância e é necessário que seja comprovada a participação e resultados frente à esses meios para que o agressor seja solto após cumprir a pena. O Programa de Mãos Estendidas realizou durante dois anos, antes da pandemia, o trabalho de reeducação de comportamento do agressor nas unidades prisionais de Pontal e Jardinópolis.
Segundo o Juiz Titular da Vara da Violência Doméstica contra a Mulher de Ribeirão Preto, Dr. Caio Meluso, em entrevista para Record, o aumento no número de prisões de agressores pelo descumprimento de medidas protetivas foi de 716% nos últimos seis meses, indicando que as mulheres estão denunciando mais e acreditando mais na Justiça.
A Associação:
A Associação Programa de Mãos Estendidas é uma Organização da Sociedade Civil que busca apoiar as mulheres de Ribeirão que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Atualmente no serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, os profissionais lutam para minimizar os efeitos nocivos da violência perpetrada contra o gênero feminino, além de prevenir a ocorrência de situações de risco social, fortalecer as relações saudáveis e promover a integração e a troca de experiências entre as participantes, valorizando o sentido de vida coletiva.
O PME atende pelo whatsapp (16) 99715.4127. Em Ribeirão Preto, oferece grupos de apoio semanalmente e escuta qualificada para encaminhamentos.
Mais informações acesse
www.programamaosestendidas.com.
Outros contatos pelo Facebook: Programa de Mãos Estendidas, ou pelo instagram no @maos_estendidas.