03/11/2022 às 12h00min - Atualizada em 03/11/2022 às 12h00min
Artigo: Estamos todos por um fio
Por David Florim
Hoje eu soube do irmão de um amigo que perdeu a vida. Ele estava bem e exerceu o voto normalmente no último domingo. À tarde, sentiu uma dor no tórax e minutos depois morreu.
A família está verdadeiramente de luto. Certamente, para eles, as causas mundanas que defendemos são vistas como pequenas ou irrelevantes.
Além dele, me recordo do período mais agudo da Covid, quando muitos de nós perdemos alguém. Eu mesmo me despedi de vários amigos. Fiquei verdadeiramente enlutado.
Além desses exemplos, outras dezenas ou centenas de pessoas desencarnam diariamente somente em Ribeirão Preto-SP. No âmbito nacional, então, os números superam os milhares. Enquanto isso, pessoas rompem laços em função da política. Famílias são desfeitas por causa da dupla BolsoLula. Mera perda de tempo. Depois pode ser tarde para evitar a dor causada pelo arrependimento.
“Estamos todos por um fio”, já dizia Emmanuel. Não devemos perder tempo. Diferente da música, não temos todo o tempo do mundo aqui na Terra.
Quando perguntada sua idade, Chico Xavier respondia: - “Talvez eu tenha um ano, talvez dois”, fugindo do interesse inicial sobre quantos anos vivera, até então, na Terra. Ele sabia que poderia ter apenas mais um ano, ou mais dois, quem sabe.
Cada um vota em quem quer. Sempre foi assim. Defendo isso. O que está ao nosso alcance é votar. Depois, torcer para que o eleito faça o melhor papel possível.
Eu, que nunca fui fanático politicamente, e procuro manter boas relações com todos, sempre evitei entrar em embates políticos. Quando expresso minha opinião e vejo que o assunto caminha para direção perigosa, me silencio, já que não há político santo no mundo e a outra pessoa tem igual direito de pensar.
Observando a sociedade, é como se boa parte da população se comportasse como integrantes de torcidas organizadas apaixonadas, onde apenas membros daquela “casta” fossem pessoas de bem. Assim, laços de amizade são rompidos, e o respeito sai de cena para imperar a guerra fria dos dias atuais.
A política dos homens é de poder transitório e deveria criar pontes, ao invés de muros. Aceitar qualquer hipnose coletiva e desfazer laços é perda de tempo. Nessas horas, basta lembrar o que Jesus Cristo faria se estivesse em nosso lugar. Certamente ele não romperia amizades em função de política.
Lembrando que o amor é a única revolução verdadeira. Todo o resto é transitório.
Por fim, voltando ao tema central, de que estamos sempre por um fio, basta lembrar na segunda parte de importante frase de Emmanuel: - “o trabalho no bem engrossa o fio da vida”.
Paz e bem, hoje e sempre! Somos irmãos e não devemos nos esquecer disso, afinal, a pior dor para um espírito consciente é a sensação de tempo perdido, já dizia André Luiz.