A dor na lombar, mais conhecida como lombalgia, é uma condição comum que afeta a parte inferior da coluna, influenciada por vários fatores, como questões musculares, problemas envolvendo as articulações, ligamentos, hérnia de disco, má postura, sedentarismo, posições incorretas no ambiente de trabalho, movimentos inadequados durante os afazeres domésticos e até na prática de exercícios físicos.
Segundo dados do artigo publicado no fim do mês passado, na revista The Lancet Rheumatology, em 2020 a dor lombar afetava 619 milhões de pessoas a nível mundial, cenário que pode dobrar para mais de um terço em 2050, tendo como pontos as condições de trabalho, tabagismo e IMC (Índice de Massa Corpórea) elevado.
“80% das pessoas que têm dores nas costas não possuem nenhum tipo de patologia e, em algum período da vida, vão ter essa dor, mas é uma condição que, na maioria das vezes, resolve de duas a quatro semanas sem tratamento”, salienta o presidente do Comitê de Coluna Vertebral da Sociedade de Ortopedia e Traumatologia - Regional do Rio Grande do Sul (SBOT-RS), Thiago Soares.
No Brasil, a estimativa é que, a cada ano, cem dias de trabalho são perdidos por habitante em razão da dor na lombar. De acordo com dados mais recentes do Ministério do Trabalho e Previdência, de janeiro a julho de 2022, os casos de dor lombar baixa afastaram 15.330 trabalhadores de suas funções. A lesão foi a terceira maior causa de afastamento do trabalho no período, perdendo apenas para leiomioma do útero (18.202) e a fratura da extremidade distal do rádio – a fratura de punho (17.107). Em todo o ano de 2021, o problema na lombar afastou 36.931 pessoas.
“Para evitar esses transtornos, é preciso atentar-se a manter boa postura, e se possível, no ambiente de trabalho, usar cadeiras não reclináveis e com apoio para os braços, além de sempre deixar os pés totalmente apoiados no chão, prezando pela ergonomia”, fala o ortopedista.
O médico explica que o tratamento mais adequado para alívio das dores é através de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos. “É possível que o paciente faça fisioterapia ou exercícios físicos para uma recuperação eficaz. Os praticantes de exercícios físicos têm um corpo mais alongado, contando com uma estrutura mais preparada para a prevenção da dor na lombar”, conclui.
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