Uma pesquisa realizada com quase 22 mil pessoas no estado americano de Utah relatou que a cirurgia bariátrica, indicada para pacientes com obesidade mórbida, reduz consideravelmente o risco de morte prematura, especialmente por condições como câncer, diabetes e doenças cardíacas. Segundo o cirurgião bariátrico Dr. Diogo Balestra, a publicação reforça descobertas de outros estudos semelhantes, que já apontavam os benefícios do procedimento na qualidade de vida. “A redução de peso nos pacientes com obesidade diminui o índice de massa corporal para um estado metabólico considerado ‘normal’, o que faz com que o risco de doenças associadas seja igual ao de indivíduos que estão com o IMC abaixo de 25 kg/m². Ou seja, a bariátrica é realizada para tirar os pacientes de um estado crônico inflamatório, sempre almejando uma maior sensação de bem-estar”, diz Dr. Diogo. Dados da publicação mostram que as mortes por doenças cardiovasculares diminuíram 29%, enquanto as mortes por vários tipos de câncer diminuíram 43%, além de um declínio de 72% nas mortes relacionadas ao diabetes. De forma geral, os pacientes obesos que realizaram bariátrica tiveram 16% menos chances de morrer por qualquer causa, em comparação com aqueles que não fizeram.
Importância do acompanhamento psicológico Os autores do estudo entendem ainda que as informações colhidas também denotam a necessidade de uma triagem psicológica pré-cirúrgica mais minuciosa, assim como um adequado acompanhamento pós-operatório. Para Dr. Diogo, é imprescindível que se destaque a importância do tratamento psíquico em todas as fases da cirurgia. “Estamos falando de um procedimento realmente complexo, portanto, o acompanhamento com um psicólogo garante que o paciente receba o entendimento emocional necessário para dar continuidade a um processo de necessárias mudanças em sua nova vida. Essa adequada orientação é fundamental para que os resultados da cirurgia sejam mantidos”, diz Balestra. O cirurgião também relembra que a bariátrica deve ser uma solução exclusiva para os pacientes que não tiveram sucesso em outras terapias de redução de peso, como uso de medicamentos, reeducação alimentar e uma adequada rotina de exercícios físicos, por exemplo. “Ou seja, o ideal é sempre agir de forma preventiva, a fim de evitar o desenvolvimento da obesidade. A operação deve ficar restrita aos reais necessitados, nunca sendo uma opção para atingir quaisquer padrões estéticos”, reforça Dr. Diogo.