Banco de imagens Uma vez que decidimos assumir postura renovadora, com olhos focados no Céu, é preciso ficar atentos às distrações capazes de consumir nossos minutos e muitas vezes nossa existência inteira.
O dinheiro é uma dessas distrações, capazes de nos entorpecer os sentidos e deixar nossa visão turva. Neste sentido econômico, porém, não deveremos nunca nos furtar à responsabilidade que nos cabe. O dinheiro existe para prover o progresso do mundo e das criaturas, e não para alimentar sentidos vulgares.
Divaldo Franco disse certa vez, em uma de suas palestras em Ribeirão Preto, que não devemos ser escravos daquilo que não temos. E se as coisas materiais não passam de empréstimos, não faz sentido prender nossos pés às correntes da tentação material.
Bem pobre é aquele que faz do dinheiro o centro de pensamentos ou motivo de queda. Recordo-me quando minha filha desencarnou. Eu e minha esposa fatalmente trocaríamos carros e casa por, no mínimo, alguns momentos a mais com ela.
Pouco tempo depois, vi, no shopping, uma mãe cuidando do filho com graves problemas mentais. Dá para imaginar que ela trocaria todos os bens pela saúde integral daquele bebê.
O dinheiro, como vemos, é bem limitado. Recordo-me que Jerônimo Mendonça disse, certa vez, que a felicidade para ele seria poder deitar-se de lado, após anos deitado na mesma cama, e na mesma posição, em função de múltiplos problemas.
Que aproveitemos o dinheiro para viver e passear sim, proporcionando ditosos recreios que permitem o refazimento da alma em luta. Contudo, que o utilizemos com sabedoria, abraçando a dor do mundo como se fosse nossa, alimentando outras bocas, ensinando lições de generosidade e fomentando o avanço.
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Nos dias atuais, diante de pontos de vista distintos em relação ao termo esmola, abraço argumentos do próprio Chico Xavier, presentes da obra "Jerônimo Mendonça e Chico Xavier: A Fórmula da Felicidade".
Certa vez Chico foi indagado se não seria melhor ensinar a pescar do que simplesmente dar o peixe. A resposta veio cheia de lucidez e amor: "Muitas pessoas não tem forças sequer para segurar a vara. Quanto mais para pescar..."
Ele também orienta que é sempre melhor poder ajudar do que necessitar de ajuda e que a caridade de agora ficará gravada na mente desses espíritos que, quanto estiverem em outra condição, estarão prontos para auxiliar também.
Como vemos, nada se perde na natureza e em meio àqueles que querem dinheiro para comprar drogas, sempre há pessoas com fome, e sede de recomeço.
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Voltando ao uso ensandecido do dinheiro, quando muitos buscam nas moedas o refúgio para problemas existenciais, lembremo-nos das palavras de um obsessor na obra Ação e Reação, que diz que cada um é tentado exteriormente pela tentação que alimenta em si próprio.
Divaldo Franco diz "Diga-me que tu és, e eu te direi com quem andas", sendo assertivo em relação às companhias espirituais que atraímos pela nossa conduta os pensamentos.
Utilizar-se do dinheiro sem critérios, é o mesmo que percorrer as largas estradas da perdição, arrependendo-se depois, como citado em "Uma Realeza Terrestre" no livro "O Evangelho Segundo O Espiritismo".
Na obra "O Céu e o Inferno", Allan kardec diz que "ninguém foge à lei fatal dessa transição. Podemos dispersar-nos de uma viagem neste mundo, menos essa. Ricos e pobres, todos devem fazê-la, e por mais dolorosa que seja, nem posição nem fortuna poderiam suavizá-la". Ele se refere à desencarnação.
Assim sendo, evitemos preocupações desnecessárias acerca do acumular, acumular e acumular. Jesus disse no Sermão da Montanha: "Observem as aves do céu, elas não plantam, nem colhem, contudo o Pai Celestial as alimenta".
Chico Xavier vivia com salário modesto. Divaldo conseguiu, com esforço enobrecedor, ser alavanca de ajuda humanitária em Salvador. Inúmeros grupos de anônimos se tornam, dia e noite, braços de Deus aqui na Terra.
Dessa forma, façamos a nossa parte. Abrindo mão dos excessos de toda ordem, vamos seguir o exemplo de Maria de Magdalla, que trocou a vida fácil pela embriaguez sem vinho, ao sentir o beijo da paz correr pelo espírito sensível. Ao fim, atravessando a porta estreita, foi recebida por Jesus, conforme narra o livro Boa Nova, de Humberto de Campos.
Madre Teresa de Calcutá é gigante ao dizer que "o que você faz pelo outro, no fim das contas, não é algo entre você e o outro, mas sim algo entre você e Deus."
Por fim, troquemos as fugas psicológicas que o dinheiro permite, pelas rotas do auxílio, obtendo a embriaguez sem vinho e a riqueza dos sentidos e contatos superiores.