O que começou como uma brincadeira entre amigos ou um after improvisado tem virado negócio sério na capital mineira. Cada vez mais produtores de Belo Horizonte estão profissionalizando festas independentes e transformando o corre cultural em empreendimentos formais – com CNPJ, estratégia de marketing e até plano de negócios.
São DJs, produtores, artistas visuais e comunicadores que saíram do improviso e hoje comandam verdadeiras marcas de entretenimento. Festas como a @bsurda, entre outras, são exemplos de coletivos que nasceram na rua, no bar, ou na garagem de casa – e hoje movimentam uma cadeia econômica que vai da segurança à sonorização, do figurino à identidade visual.
A @bsurda se fortaleceu tanto nos últimos anos que o rolê realmente virou um negócio sério. Cada vez ganhando mais espaços, ela vai ocupar a Funarte com uma parada especial. “Estamos aqui para celebrar a nossa maior edição até agora: a 5ª Parada da @bsurda. Uma celebração que mantém a mesma essência de sempre: conectar pessoas LGBTQIA+, espalhar alegria, diversidade e cultura por toda a cidade. Durante todo o mês, vamos ocupar 9 espaços de Beagá ao longo do mês de julho, com atividades, eventos, shows, oficinas, palestras, podcasts e ações feitas por pessoas LGBTQIA+ daqui”, diz Ed Luiz, fundador da festa.
O evento na Funarte tem o apoio de empresas como o movimento Conexões Artísticas, iniciativa que fomenta o trabalho de artistas independentes em BH. O fundador Igor Henrique diz que a arte é uma paixão na comunidade. “A arte sempre foi um refúgio e uma trincheira para a comunidade LGBTQIAPN+. Criar é também resistir e cada obra produzida por corpos dissidentes é um gesto político de existência, beleza e reconstrução do mundo a partir de outras possibilidades de afeto, identidade e liberdade.”
O ponto alto dessa programação é uma grande festa na Funarte/MG. Esse projeto é uma iniciativa apoiada pelo Programa Funarte Aberta 2025 – Ocupação dos Espaços Culturais da FUNARTE. Serão mais de 30 artistas e mais de 10 projetos e ações que representam nossa força e nossa diversidade.
Esse movimento reflete uma tendência nacional de formalização da economia criativa, principalmente no pós-pandemia. Segundo o Observatório Itaú Cultural, o setor cultural é responsável por 3,11% do PIB brasileiro. Em BH, os dados do Sebrae apontam um aumento de 28% na formalização de microempreendedores do setor de eventos e produção cultural em 2024.
Além da música, as festas viraram vitrines para marcas de moda, designers independentes, arte urbana, gastronomia e pautas sociais. O resultado? Um novo tipo de negócio que mistura diversão, identidade e impacto econômico direto nas periferias e no centro de BH. Em Belo Horizonte, comer fora deixou de ser só uma questão de saciar a fome e virou um passeio sensorial, afetivo e, muitas vezes, político. Pequenos negócios gastronômicos vêm se destacando na cidade por oferecer mais do que cardápios criativos: eles proporcionam experiências completas, que conectam sabor, memória e identidade cultural.
“É uma geração que não espera patrocínio, edital ou apoio institucional. Eles criam, se organizam, aprendem a precificar e constroem público com carisma, identidade e presença digital, mas ainda assim, é importante o apoio das pessoas e empresas parceiras para que essa roda continue girando cada vez mais”, analisa Igor Henrique, publicitário e investidor de negócios.
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
PATRICK BRYAN FERREIRA NASCIMENTO
[email protected]
