Seja para revisar um currículo, simular uma entrevista ou criar uma carta de apresentação personalizada, a inteligência artificial (IA) já faz parte da nova realidade de quem busca uma vaga no mercado de trabalho. No Brasil e em Minas Gerais, cresce o número de jovens e profissionais em transição de carreira que usam ferramentas como chatbots, geradores de texto e plataformas de análise de perfil para turbinar suas chances de contratação.
Essa transformação não é apenas tecnológica, mas cultural. De acordo com uma pesquisa da Michael Page (2024), 73% dos profissionais de RH no Brasil já utilizam algum recurso de IA nos processos seletivos, desde a triagem automática de currículos até análise de compatibilidade comportamental. O número impressiona ainda mais entre empresas de grande porte, onde o uso já ultrapassa 90%.
Em Minas Gerais, o movimento também é expressivo: segundo dados da Fecomércio MG, 61% dos recrutadores das capitais mineiras afirmam ter recorrido à IA em pelo menos uma etapa da seleção de novos talentos. Cursos e eventos voltados para o uso de IA no mercado de trabalho têm ganhado espaço em faculdades, coworkings e programas de aceleração profissional.
“O jeito de procurar emprego mudou radicalmente nos últimos dois anos. Hoje, quem sabe usar a IA com consciência e estratégia sai na frente — não só porque economiza tempo, mas porque consegue apresentar melhor sua trajetória, seus diferenciais e até se preparar emocionalmente para entrevistas”, explica Caio Arimura, especialista em inteligência artificial aplicada aos negócios.
Caio também destaca que muitas das plataformas disponíveis são gratuitas e acessíveis, como o ChatGPT, o Canva com IA e os analisadores de currículo por ATS (Applicant Tracking System). Ele, no entanto, alerta: “O risco é usar essas ferramentas de forma genérica ou mentirosa. O mercado também está mais criterioso. A inteligência emocional e a ética digital continuam sendo fundamentais, mesmo com apoio tecnológico.”
Um levantamento da Catho de abril de 2025 mostra que 41% dos candidatos entre 18 e 34 anos já usaram IA para melhorar seus currículos ou fazer cartas de apresentação personalizadas. Já entre os profissionais com mais de 45 anos, apenas 18% adotaram esse tipo de recurso, evidenciando um descompasso geracional que pode afetar a empregabilidade.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) passou a oferecer, em 2024, módulos sobre IA no mercado de trabalho dentro dos cursos de Administração, Sistemas de Informação e Ciências Sociais. Instituições privadas também vêm se adaptando à nova demanda, oferecendo oficinas e mentorias com foco em recolocação profissional com apoio de tecnologia.
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PATRICK BRYAN FERREIRA NASCIMENTO
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