Exportadores brasileiros podem se beneficiar com taxação de 50% nos EUA”, diz especialista

11/07/2025 16h13 - Atualizado há 8 horas
Exportadores brasileiros podem se beneficiar com taxação de 50% nos EUA”, diz especialista
Cristiane Fais é CEO da Accrom Consultoria em Logística Internacional

Os exportadores brasileiros estão enfrentando um novo desafio no mercado internacional: uma taxação de até 50% imposta pelos Estados Unidos sobre determinados produtos de origem brasileira. A medida, anunciada recentemente, tem gerado preocupações no setor produtivo nacional e levantado debates sobre os rumos da política comercial entre os dois países.

 

Segundo Cristiane Fais, CEO da Accrom Consultoria em Logística Internacional, a medida pode parecer, a princípio, um golpe duro para os exportadores, mas também abre espaço estratégico para reavaliação das rotas comerciais e negociações bilaterais.

 

“Essa taxação de 50% afeta diretamente a competitividade do produto brasileiro no mercado norte-americano. Para muitos setores, como o têxtil, metalúrgico e alimentício, isso pode significar perda de contratos e redirecionamento de estoques. No entanto, é também uma oportunidade de repensar a cadeia logística, explorar novos mercados e até reformular a abordagem comercial com os próprios EUA”, afirma Fais.

 

A nova tarifa representa um aumento significativo nos custos para empresas brasileiras que têm os Estados Unidos como destino principal de suas exportações. Os impactos mais visíveis incluem:

 

  • Redução da demanda por produtos brasileiros no mercado americano.
  • Perda de competitividade frente a países com acordos comerciais mais vantajosos com os EUA.
  • Pressão sobre pequenos e médios exportadores, que podem não ter estrutura para absorver o impacto ou redirecionar rapidamente seus produtos.

 

Apesar do cenário desafiador, Cristiane Fais destaca que há alternativas estratégicas para mitigar os prejuízos:

 

  1. Diversificação de mercados:
    “Empresas que apostarem em países da Europa, Ásia e América Latina como novos parceiros comerciais podem compensar a queda nas vendas aos EUA”, sugere a CEO da Accrom.

 

  1. Negociação de contratos DDP (Delivered Duty Paid):
    “Negociar contratos em que o exportador assuma os tributos pode ser uma forma de manter o cliente final, repassando parte do custo por meio de estratégias logísticas otimizadas.”

 

  1. Valorização da marca "Made in Brazil":
    Reposicionar o produto brasileiro com foco em qualidade, sustentabilidade e valor agregado pode justificar o preço final mesmo com a taxa extra.

 

  1. Uso de entrepostos internacionais e hubs logísticos:
    “Estruturar centros logísticos em países com acordos comerciais com os EUA pode ser uma estratégia inteligente para contornar a tarifação direta.”

 

A decisão americana ainda está sendo debatida politicamente, e entidades do comércio exterior brasileiro já se mobilizam para buscar negociação ou contestação via Organização Mundial do Comércio (OMC). Enquanto isso, empresas precisam agir com rapidez e inteligência estratégica.

 

“O empresário que agir agora, com planejamento e visão global, poderá sair fortalecido dessa crise. A logística internacional não é apenas transporte, é inteligência comercial”, conclui Cristiane Fais.

 


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