Pesquisas recentes confirmam que o Brasil registrou 472.328 afastamentos do trabalho por transtornos mentais em 2024, um aumento de 68 % em relação ao ano anterior, conforme dados do Ministério da Previdência Social. Paralelamente, estudos realizados pelo Instituto Cactus indicam que apenas 5% dos brasileiros utilizam psicoterapia atualmente, enquanto 65% dos homens nunca buscaram atendimento psicológico, mesmo diante de sintomas como estresse e ansiedade.
Apesar da crescente visibilidade sobre saúde mental, muitos homens ainda evitam buscar ajuda profissional. Isso acontece porque o estigma da masculinidade tradicional reforça a crença de que é preciso “dar conta sozinho”, o que amplia o distanciamento entre o sofrimento emocional e o cuidado estruturado com um profissional. É nesse cenário também que cresce a procura por práticas espirituais ancestrais, especialmente aquelas voltadas à limpeza energética, à proteção e à reorganização de rotas internas.
“O ritual espiritual não se propõe a substituir a terapia, mas oferece suporte para quem ainda não consegue pedir ajuda formal. Ele atua no campo energético, identifica bloqueios, devolve presença e clareza, e abre espaço para recomeçar com força”, explica Eduardo Elesu, sacerdote de Esù. Segundo ele, Exu, orixá dos caminhos e da comunicação, é frequentemente procurado nesses momentos de busca por realinhamento interno.
“Quando o campo energético está sobrecarregado, o corpo adoece, a mente não consegue seguir e a vida parece travar. O ritual ajuda a reorganizar o que está oculto e reconecta com o que vem da alma”, completa Elesu. O ritual começa com a leitura do oráculo, que indica os desequilíbrios a serem tratados, as energias que devem ser protegidas e os caminhos que podem ser abertos.
A partir daí, são recomendadas práticas individuais como oferendas, banhos de ervas, rezas e, quando necessário, o ebó. “Não é primordial que seja espiritualidade formal, mas sim espiritualidade com responsabilidade, com fundamento”, enfatiza Elesu.
Para muitos homens que vivem jornadas intensas, os rituais oferecem não apenas alívio momentâneo, mas uma reconexão com o propósito, com o autocuidado e com a própria vulnerabilidade. "É possível entrar em contato com forças ancestrais sem perder a racionalidade, mas ampliando os sentidos do cuidado", conclui o sacerdote.
Sobre Eduardo Elesu
Eduardo Elesu é sacerdote de Esù e dirigente do Ilê Odé Nlá Axé Alagbará. Sua trajetória espiritual começou na infância, marcada por experiências de dor e superação, tendo encontrado acolhimento no candomblé. Frequentador do Candomblé desde os três anos de idade, é filho da Yalorixá Siwalejó (Noemi) e de Carlos Eduardo. A perda repentina de seu pai reforçou o vínculo da família com a espiritualidade afro-brasileira.
Iniciado em nome de Oxóssi, Eduardo sempre teve uma forte conexão com Esù, assumindo responsabilidades rituais desde jovem. Foi acolhido no Ilê Obá Ketu Axé Omi Nlá, onde se aprofundou sob a orientação do Babalorixá Rodney William. Após cumprir todas as etapas iniciáticas, foi consagrado como Elesu, sacerdote de Esù. Atualmente, como Oluwo, lidera seu próprio Ilê e é amplamente reconhecido pela precisão nos Jogos de Búzios, rituais de Ebó, encantamentos e processos iniciáticos.
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