China habilita 183 novas empresas brasileiras para exportar café; exportações para Argentina também disparam

Mesmo com tarifaço dos EUA, comércio exterior do Brasil ganha fôlego com novos mercados e aumento da demanda

06/08/2025 15h07 - Atualizado há 1 semana
China habilita 183 novas empresas brasileiras para exportar café; exportações para Argentina também disparam
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A Embaixada da China no Brasil anunciou, no sábado (2), que 183 novas empresas brasileiras foram habilitadas a exportar café para o mercado chinês. A medida, que entrou em vigor no último dia 30 de julho, tem validade de cinco anos e foi comemorada por produtores e representantes do setor cafeeiro.

 

O anúncio foi feito na rede social X (antigo Twitter) e ressalta que o café vem “conquistando espaço no dia a dia dos chineses”. A publicação destaca que o consumo per capita na China ainda é muito abaixo da média global — 16 xícaras por ano, contra 240 xícaras no restante do mundo —, o que demonstra enorme potencial de crescimento.

 

Segundo dados da própria embaixada, as importações líquidas de café na China aumentaram em 13,08 mil toneladas entre 2020 e 2024, refletindo uma abertura gradual do mercado chinês à bebida.

 

O comunicado chinês foi divulgado no mesmo dia em que o governo dos Estados Unidos oficializou um tarifaço contra o Brasil, assinado pelo presidente Donald Trump, que aumentou as alíquotas de importação de diversos produtos brasileiros. Ainda assim, especialistas acreditam que o cenário para o comércio exterior do Brasil continua promissor.

 

“Apesar da nova tarifa americana, há esperança para os exportadores brasileiros, especialmente porque alguns produtos tiveram redução de tributos, como soja, milho e etanol, o que mantém importantes canais comerciais abertos com os EUA”, analisa Cristiane Fais, CEO da Accrom Consultoria em Logística Internacional.

 

*Exportações para Argentina crescem 55,4% e impulsionam superávit brasileiro*

 

Além da boa notícia vinda da China, o Brasil também tem motivos para comemorar na relação comercial com seu principal parceiro no Mercosul. As exportações brasileiras para a Argentina cresceram 55,4% no primeiro semestre de 2025, em relação ao mesmo período do ano passado.

 

De janeiro a junho, o Brasil exportou R$ 9,12 bilhões ao país vizinho, ante R$ 5,87 bilhões no primeiro semestre de 2024. Esse crescimento garantiu ao Brasil um superávit comercial de US$ 2,95 bilhões na balança com a Argentina.

 

Entre os destaques da pauta exportadora brasileira estão:

 

  • Veículos de passageiros: 21,6% das exportações
  • Autopeças e acessórios: 9,7%
  • Veículos para transporte de carga: 6,4%

 

Além desses produtos, o setor agropecuário brasileiro também demonstrou força. As exportações de carne bovina para a Argentina passaram de US$ 818 mil (jan-abr/2024) para US$ 14,07 milhões (jan-abr/2025), evidenciando a retomada da demanda argentina por alimentos brasileiros.

 

Segundo Cristiane Fais, o momento é estratégico para o Brasil ampliar sua presença em mercados alternativos:

 

“Com o avanço das exportações para a Argentina e a abertura cada vez maior da China, o Brasil mostra resiliência e capacidade de adaptação às mudanças no comércio global, mesmo diante de medidas protecionistas vindas dos EUA.”

 

*Perspectivas para o segundo semestre*

 

Apesar dos desafios impostos pelo cenário internacional, as recentes conquistas em mercados estratégicos como China e Argentina reforçam a competitividade do agronegócio e da indústria brasileira. A tendência, segundo Cristiane Fais, é de diversificação das parcerias comerciais e fortalecimento da presença do Brasil nos principais blocos econômicos do mundo.


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