Os jovens brasileiros seguem enfrentando enormes desafios para ingressar no mercado de trabalho. De acordo com os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no primeiro trimestre de 2025, 17,8% dos jovens de 18 a 24 anos estavam desempregados, enquanto 25% seguiam fora do mercado de trabalho, o que evidencia a dificuldade de acesso a oportunidades reais para essa faixa etária. A situação se agrava quando comparada à de adultos entre 25 e 54 anos, cuja taxa de desemprego ficou em 7,1% no mesmo período, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) em parceria com a consultoria IDados. Apesar do quadro crítico, há uma pequena melhora em curso: a porcentagem dos chamados “nem-nem”, jovens que não estudam nem trabalham, caiu de 24,1% em 2022 para 21,9% em 2024, com destaque para a redução entre pessoas pretas e pardas, conforme indica o próprio IBGE.
A importância da inclusão produtiva da juventude
A inserção de jovens no mercado de trabalho é essencial não apenas para o desenvolvimento individual, mas também para o crescimento econômico e a renovação das empresas. Jovens trazem inovação, domínio de novas tecnologias, diversidade de pensamento e energia criativa. Além disso, investir em talentos em início de carreira contribui para a construção de equipes mais resilientes e adaptáveis às transformações do mundo do trabalho.
Diante desse cenário, projetos de capacitação com foco na inclusão produtiva têm ganhado protagonismo. Um dos exemplos é o Programa Garra, criado pela empresa Bravo em parceria com o Instituto PROA, que une formação técnica, desenvolvimento de habilidades socioemocionais e contratação formal em regime CLT. Desde sua criação, o programa já formou e contratou 100 jovens, todos com carteira assinada. “A ideia é formar profissionais desde a base, com qualidade técnica e preparação comportamental. E mais do que isso: a Bravo decidiu abolir as vagas de estágio para priorizar contratações formais via o Garra. Isso dá ao jovem estabilidade financeira e confiança para, por exemplo, ingressar no ensino superior”, explica Marcos Gimenez, CEO da Bravo e idealizador da iniciativa.
O programa também prevê mentorias com executivos, workshops práticos, treinamentos em soft skills e acompanhamento contínuo, criando um ambiente de aprendizagem e crescimento. Os resultados até aqui são significativos: 70% dos contratados são mulheres, muitas delas negras e moradoras de regiões periféricas. Isso reflete o compromisso da Bravo com os princípios de ESG: hoje, 65% do quadro da empresa é formado por mulheres, sendo 70% delas em cargos de liderança.
“Durante o programa, aprendi como ser uma profissional confiante e segura, a comunicar o que quero e acredito, e a lidar com situações de pressão no ambiente de trabalho. Ganhei ferramentas que carrego até hoje, tanto no lado pessoal quanto na minha forma de trabalhar" Laryssa Pereira de Jesus, 21 anos, Auxiliar de Marketing da Bravo.
Emprego formal como ferramenta de transformação
Em um país onde 40% dos jovens trabalham na informalidade, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego e do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), programas que oferecem contratação direta em regime CLT se destacam. O Garra garante 100% de formalização, com todos os direitos trabalhistas assegurados: carteira assinada, férias, 13º salário e acesso a benefícios. “Quando falamos de transformação social real, não dá para ficar só no discurso. A juventude tem sede de oportunidade, e cabe ao setor privado também assumir esse papel de ponte para o futuro”, defende Gimenez.
Para ampliar a inclusão produtiva da juventude, as empresas podem adotar estratégias eficazes:
Com foco em expansão, a Bravo planeja levar o Garra para outros estados nos próximos ciclos. A expectativa é que, ao criar um modelo replicável e efetivo, mais empresas sigam esse caminho e ajudem a enfrentar de forma concreta o desemprego juvenil no Brasil.
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THAIS MOREIRA CIPOLLARI
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