06/07/2023 às 07h00min - Atualizada em 06/07/2023 às 07h00min

Embolia Pulmonar compromete a vida do paciente e alguns fatores de risco colaboram para que isso aconteça com mais facilidade

Arquivo Dr. Fabio Rossi Divulgação

A Embolia Pulmonar acontece quando uma ou mais artérias do pulmão estão obstruídas por um coágulo de sangue que impede a sua passagem, dificulta a sua oxigenação e provoca sobrecarga do coração. A doença pode acontecer em qualquer ciclo da vida, tanto nos homens como nas mulheres, e passa a ser mais frequente com o avançar da idade.

Na maioria das vezes, a Embolia Pulmonar é provocada por coágulos sanguíneos que se formam em veias das pernas e, em alguns casos mais raros, na cavidade pélvica ou abdominal. Uma outra forma, ainda muito mais rara, é a embolia gordurosa, ou gasosa, que ocorre principalmente no trauma, ou em cirurgias de grande porte na pelve ou nas pernas.

Conforme o cirurgião vascular e presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular da Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Fabio Rossi, o fator principal que deve ser considerado é que a doença apresenta alta prevalência. “Em países ocidentais, de um a três casos a cada 1.000 habitantes por ano são acometidos pela Trombose Venosa Profunda (TVP) dos membros inferiores, que é responsável pela Embolia Pulmonar. Hoje, o tromboembolismo venoso é a terceira causa de morte cardiovascular, ficando atrás apenas do Infarto Agudo do Miocárdio e do Acidente Vascular Cerebral. Além disso, é a primeira causa de morte evitável em pacientes internados,” afirma Dr. Fabio.

A Embolia Pulmonar pode ser oligossintomática, ou seja, inicialmente os sintomas talvez sejam mais leves, e não chamam tanta a atenção, o que representa um grande perigo, pois podem ser confundidos com outras patologias, como gripe e pneumonia, e o tratamento acaba não sendo adequado. Nos casos mais graves, ainda é confundida também com o Infarto Agudo do Miocárdio, o que é um problema ainda mais sério, porque o tratamento do Infarto é muito diferente, e a demora no diagnóstico correto da doença é capaz de levar o paciente ao óbito.

Qualquer pessoa corre o risco de desenvolver coágulos sanguíneos, mas existem alguns fatores que fazem com que isso aconteça com mais facilidade:

  • Longos períodos de imobilidade, como viagens de avião, de carro, ônibus, trens, acima de quatro horas, e também em pessoas que trabalham muito tempo em uma única posição, em pé ou sentado.
  • Distúrbios hereditários que afetam o sangue, tornando-o mais propenso a coagular, história de trombose ou embolia na família.
  • Tratamentos médicos: insuficiência cardíaca, câncer, quimioterapia, cirurgias em geral, principalmente de grande porte que exigem internação, e repouso prolongado. O risco aumenta quando o paciente fica entubado na UTI.
  • Permanecer por muito tempo deitado após uma cirurgia e fratura na região das pernas.
  • Durante a gestação, devido às alterações hormonais e também com o peso do bebê que pressiona as veias na pelve e retarda o retorno do sangue e, em alguns casos, provocar a trombose.
  • Tabagismo, obesidade e uso crônico de anticoncepcionais.

“A pessoa com Embolia Pulmonar precisa ser socorrida logo que apresentar os primeiros sintomas. O quanto mais rápido for feito o diagnóstico, melhor. O tratamento é realizado por meio do uso de anticoagulantes, que evita que o trombo aumente de tamanho e que se desprenda e se desloque pela corrente sanguínea, se alojando no pulmão”, alerta o médico.

Principais sintomas que devem ser observados:

  • Falta de ar que aparece de repente e agrava diante de um esforço físico.
  • Dor no peito confundida com um ataque cardíaco. Geralmente há piora diante de uma tosse, espirro ou esforço.
  • Tosse acompanhada de escarro com sangue.
  • Dores ou inchaço nas pernas.
  • Febre e suor excessivo.
  • Batimento cardíaco acelerado ou palpitação.
  • Tontura e desmaio.

Em 25% dos casos, que acontece nas embolias volumosas, a primeira manifestação é a parada cardíaca e o óbito. Por isso, o socorro imediato é extremamente importante.

Ainda conforme o médico, em pacientes internados e de alto risco é indicado o uso de anticoagulantes em baixa dosagem, chamados de profiláticos, que evitam a formação do trombo. Isso deve sempre ser feito com supervisão médica rigorosa, pois esses medicamentos evitam a formação de trombos e coágulos, mas também é possível induzir ao sangramento. Nos casos em que é feito o diagnóstico, devem ser administrados anticoagulantes em doses mais altas o mais rápido possível. Em quadros mais graves, que existe repercussão hemodinâmica, ou seja, hipotensão e choque cardiogênico, pode ser necessário o uso de medicamentos trombolíticos, que têm o poder de dissolver o coágulo, ou até mesmo de cateterismo e uso de dispositivos que têm a capacidade de aspirar o coágulo.

Nos casos de trombose e Embolia Pulmonar crônica, ou naqueles em que acontecem múltiplos episódios de recidiva, podem surgir a Hipertensão Pulmonar, o que prejudica muito a capacidade cardiopulmonar e traz limitações e piora irreversível na qualidade de vida.

“A melhor prevenção envolve a educação de todos os profissionais da saúde sobre quais são os fatores de risco e o alerta sobre a importância do diagnóstico precoce. Ao paciente, devemos recomendar um estilo de vida saudável, que inclui dieta equilibrada, com alimentação rica em vegetais e pobre em gorduras, evitar o hábito do tabagismo, praticar exercícios físicos regulares e controlar o peso. É importante que ele esteja ciente de todos os sinais da Embolia Pulmonar e que procure o atendimento médico vascular imediatamente, para que o tratamento inicie o mais rápido possível”, orienta Dr. Fabio Rossi.


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