16/09/2024 às 15h57min - Atualizada em 16/09/2024 às 15h57min

Pensão por morte de filho inválido após maioridade: Uma análise jurídica especializada

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*Por Julia Guimarães Florim – advogada
 
No cenário jurídico atual, a discussão sobre a concessão de pensão por morte para filhos inválidos após a maioridade é de extrema relevância e complexidade. Como advogada especializada em Direito Previdenciário, é essencial esclarecer as nuances desse tema para orientar melhor os segurados e seus familiares. Neste artigo, abordarei as questões legais envolvidas, os requisitos para a concessão e as possíveis implicações para os segurados.
 
O Que diz a legislação?
 
De acordo com a legislação brasileira, a pensão por morte é um benefício previdenciário destinado a amparar os dependentes do segurado falecido. No entanto, a situação de filhos inválidos que já atingiram a maioridade é um ponto de grande debate.
Artigo 16 da Lei nº 8.213/1991, que trata dos Planos de Benefícios da Previdência Social, define que têm direito à pensão por morte, entre outros, os filhos inválidos. A lei, no entanto, não especifica de maneira detalhada a condição de invalidez após a maioridade. Para esses casos, é necessário interpretar a legislação à luz da jurisprudência e dos princípios constitucionais.
 
Requisitos para a concessão do benefício
 
Para que um filho inválido receba pensão por morte após atingir a maioridade, ele deve atender a determinados requisitos:
 
1. Invalidez Comprovada: O filho deve ser comprovadamente inválido, o que significa que ele deve ter uma condição que o impeça de se manter por conta própria, independentemente de sua idade. A invalidez deve ser total e permanente antes do óbito do titular do instituidor da pensão.
 
2. Dependência Econômica: A dependência econômica do filho inválido em relação ao segurado falecido também deve ser demonstrada. Embora a maioridade possa alterar a situação econômica, a invalidez contínua pode justificar a manutenção da dependência.
 
3. Documentação Adequada: É imprescindível apresentar documentação médica que ateste a condição de invalidez e laudos atualizados que comprovem a permanência do quadro clínico.
 
Jurisprudência e interpretação judicial
 
O Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) têm reconhecido a possibilidade de concessão de pensão por morte a filhos inválidos mesmo após a maioridade, desde que comprovada a condição de invalidez e a dependência econômica. Essas decisões reforçam o entendimento de que a invalidez pode ser uma condição que transcende a idade, garantindo a proteção aos dependentes.
 
Passos para requerer a pensão
 
Se você ou um familiar está nessa situação, aqui estão os passos que você deve seguir:
 
1. Reúna a Documentação: Inclua laudos médicos, certidões, e comprovantes de dependência econômica.
  
2. Procure um Advogado Especializado: Consultar um advogado com experiência em Direito Previdenciário é crucial para garantir que todos os requisitos legais sejam atendidos e para conduzir o processo de maneira eficiente.
 
3. Solicite o Benefício: Formalize o pedido junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), apresentando toda a documentação necessária.
 
4. Acompanhe o Processo: Mantenha-se atento às solicitações do INSS e aos prazos processuais para evitar contratempos.
 
Considerações Finais
 
A concessão de pensão por morte para filhos inválidos após a maioridade é um direito garantido pela legislação e respaldado pela jurisprudência, desde que preenchidos os requisitos legais. A invalidez é uma condição que pode perdurar além da maioridade, e a proteção previdenciária deve acompanhar essa realidade.
 
Você tem mais perguntas sobre pensão por morte e invalidez?
Não hesite em deixar suas dúvidas nos comentários ou entrar em contato para uma consulta personalizada. Nossa equipe está pronta para ajudar a garantir seus direitos e orientá-lo em cada etapa do processo.
 
Dra. Julia Guimarães Florim é advogada especializada em Direito Previdenciário, com vasta experiência em planejamento de aposentadoria e benefícios do INSS. Atua na defesa dos direitos dos segurados e na orientação sobre os melhores caminhos para garantir uma aposentadoria segura e digna.
 

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