Longe das quadras, Tandara Caixeta tem multiplicado os planos para o futuro. A atleta, que vive em Osasco com a família, sabe o quanto quer retribuir para a sociedade todo o apoio recebido até aqui. Por isso, pensa em ajudar, da maneira como for, a fomentar o esporte nacional.
- “Entendo que há muito a ser feito. Hoje esbarramos na total falta de investimentos em equipamentos esportivos. Há quadras e espaços completamente sucateados. É preciso que algo seja feito urgentemente”, explicou.
Tandara, que veio da periferia, conseguiu através de projetos sociais, atingir resultados cada vez mais expressivos, até ser campeã olímpica. Ela sabe que há verdadeiras pérolas à espera de serem descobertas.
E pensar que há 10 anos, Tandara conquistava o ouro olímpico com suas companheiras.
- “Quando analiso minha carreira, percebo o quanto fui longe. Venci a mim mesma e superei a desconfiança dos outros. Hoje tenho minha estante repleta de medalhas que conquistei com clubes e Seleção, e muito devo à quem me proporcionou as primeiras oportunidades”, recordou.
Tandara recorda das vitórias sobre as dificuldades e sabe quantas joias estão apenas à espera de serem lapidadas.
- “Eu vejo lá no Instituto Tandara Caixeta, quantas crianças de enorme potencial esportivo. Nas periferias do nosso Brasil, há muitos meninos e meninas capazes de vencer uma Olimpíada. O problema é que eles esbarram na falta de investimentos em infraestrutura para a prática esportiva. Isto deve ser analisado de forma criteriosa. É fundamental que os governos façam algo, e que levem o esporte até as periferias, facilitando o ingresso de quem tem tão pouco recurso, mas tamanha vontade. Também penso ser importante o investimento em esporte dentro das universidades públicas, sendo ele papel fundamental na formação do caráter do cidadão, desde a primeira infância até a fase adulta”, ressaltou.
Segundo ela, países importantes no Esporte, como Estados Unidos, China, Japão e Grã-Bretanha só alcançam tantas medalhas, porque investem adequadamente no âmbito esportivo.
- “O Brasil é um continente. No mínimo várias vezes maior que Grã-Bretanha e Japão, por exemplo. Dá para superar estes países, e concorrer com o sucesso chinês ou americano. É possível sim. Nós já melhoramos, mas é possível ir bem além, se o Esporte for adequadamente atrelado à Educação, da fase primária à universitária”, finalizou.