Série documental sobre o Caminho do Peabiru propõe reescrever a história das civilizações nas Américas

Produção brasileira revela imagens inéditas e vestígios arqueológicos que desafiam paradigmas, apontando o Brasil como berço de culturas milenares; obra será exibida em TV aberta e streaming internacional.

RICARDO ESPER
26/05/2025 15h05 - Atualizado há 1 dia
Série documental sobre o Caminho do Peabiru propõe reescrever a história das civilizações nas Américas
Dakila Pesquisas

Série documental sobre o Caminho do Peabiru propõe reescrever a história do Brasil e das civilizações ancestrais

Por Redação – Publicado em maio de 2025

Em uma noite marcada por emoção e rigor científico, Campo Grande (MS) foi palco da estreia da série documental “Caminho do Peabiru – O legado que o tempo escondeu”, uma produção ambiciosa que promete reconfigurar a compreensão sobre as antigas civilizações sul-americanas. A exibição inaugural, realizada no dia 21 de maio, apresentou ao público um trabalho que une tecnologia de ponta, pesquisa arqueológica e um convite à reflexão sobre as origens da humanidade no continente.

A série, fruto de uma parceria entre o Ecossistema Dakila e o projeto Brasil Primitivo, revela descobertas inéditas sobre o enigmático Caminho do Peabiru — rota milenar que, segundo pesquisadores, conectava o Atlântico às cordilheiras andinas, com possíveis extensões até a Europa e o Oriente Médio, conforme hipóteses ainda em debate.

Três décadas de investigação e imagens inéditas

O documentário, que será exibido em junho em TV aberta e em uma das principais plataformas globais de streaming, é resultado de mais de 30 anos de pesquisa de campo liderada por Dakila. Utilizando tecnologias como LiDAR (sensoriamento remoto via laser), GPR (georradar) e drones para mapeamento de áreas remotas, os pesquisadores obtiveram imagens inéditas de vestígios arqueológicos até então ocultos pela vegetação densa.

As gravações concentraram-se inicialmente em Santa Catarina, em locais de difícil acesso como Campos do Quiriri e Garuva, onde foram identificadas estruturas de pedra, geoglifos, artefatos cerâmicos e metálicos, elementos que, segundo os realizadores, indicam a presença de antigas civilizações organizadas e com capacidade de engenharia sofisticada.

“Encontramos artefatos metálicos, esqueletos de proporções incomuns e vestígios que desafiam as narrativas convencionais sobre a ocupação pré-colombiana das Américas”, afirmou Urandir Fernandes de Oliveira, fundador e presidente do Ecossistema Dakila, destacando que o trabalho enfrenta resistência no meio acadêmico por romper com paradigmas históricos tradicionais. “A história do Brasil precisa ser reescrita com base na verdade que a terra revela”, acrescentou.

Desafios narrativos e o papel da consciência coletiva

Dirigida e roteirizada por Beatriz Cerino, a produção condensou décadas de dados em apenas quatro episódios. “Não queríamos apenas relatar achados arqueológicos, mas proporcionar uma experiência que promovesse uma abertura de consciência. Algo acessível para o grande público, mas suficientemente denso para instigar o debate acadêmico”, explicou Cerino.

O projeto, segundo seus idealizadores, não se limita ao resgate material, mas propõe também uma reflexão sobre o conceito de consciência coletiva — ideia de que seres humanos compartilham um campo comum de conhecimento e percepção, capaz de moldar escolhas sociais e culturais.

“O que nos moveu foi esse chamado do inconsciente coletivo, que transcende o racional e mobiliza um sentido de missão”, apontaram os produtores.

Uma rede de trilhas milenar

O Caminho do Peabiru é objeto de fascínio e estudo há décadas. Estima-se que a rota tenha entre 3 mil e 12 mil anos, cruzando boa parte da América do Sul: do Brasil ao Paraguai, Bolívia e Peru. De acordo com relatos históricos, o Peabiru também foi utilizado por missionários jesuítas e tropas coloniais, recebendo nomes como “Estrada dos Incas” e “Caminho do Imperador”.

As culturas indígenas o designavam de formas variadas: “o caminho que leva ao céu”, “trilha da terra sem mal” ou “estrada para o centro da terra” — expressões que evidenciam o caráter espiritual atribuído à rota. “A história contada pelos conquistadores nunca é completa. É preciso incluir o olhar dos povos originários”, destacou André Rockenbach, fundador do Brasil Primitivo e um dos principais pesquisadores de campo da série.

Em entrevista, Rockenbach reforçou o impacto das descobertas: “Estamos levando ao mundo uma história que estava enterrada. Ela pode transformar nossa identidade enquanto povo e enquanto nação.”

Tecnologia a serviço da arqueologia e da narrativa audiovisual

A série se propõe como uma experiência sensorial, conduzindo o espectador por trilhas densas e montanhas, sobrevoando áreas com drones e revelando mapas tridimensionais gerados por escaneamentos remotos. Entre as descobertas, estão marcas geométricas, símbolos gravados em pedras e restos de cerâmica, todos integrados à narrativa que articula ciência e espiritualidade.

Além da arqueologia, o projeto suscita debates sobre os limites da ciência tradicional, já que muitos dos locais visitados, segundo os realizadores, exibem fenômenos e percepções que desafiam explicações convencionais. “Cada sítio arqueológico carrega uma energia ancestral, que nos impulsiona a seguir e desvendar ainda mais”, relatou Rockenbach.

Expansão e impacto internacional

Com a estreia da série, Dakila também lança sua nova plataforma de comunicação, a TV do Ecossistema, voltada à divulgação científica e educacional. A proposta inclui incentivar o turismo científico e cultural, estimulando a visitação responsável aos locais estudados e fomentando o desenvolvimento sustentável das comunidades envolvidas.

A segunda temporada já está em planejamento, com foco nos trechos do Peabiru localizados no Mato Grosso do Sul, onde está a sede do Ecossistema Dakila. Além disso, novas parcerias estão sendo estabelecidas com órgãos governamentais e instituições de pesquisa. Em 2024, por exemplo, Dakila firmou um acordo de cooperação técnica com o governo de São Paulo para apoiar investigações e difundir o conhecimento sobre a rota.

“O Caminho do Peabiru pode ser um vetor de desenvolvimento sustentável, integrando turismo, preservação ambiental e valorização cultural”, afirmou Urandir, reforçando que a trilha é “viva, conectando passado, presente e futuro”.

O chamado para um reencontro com as raízes

Mais do que um produto audiovisual, “Caminho do Peabiru – O legado que o tempo escondeu” é um chamado ao reencontro com as raízes culturais brasileiras. “Estamos resgatando o direito do Brasil ser reconhecido como berço de culturas milenares e guardião de um patrimônio que ainda pulsa sob nossos pés”, afirmou Beatriz Cerino.

A série sugere que há caminhos que o tempo não apaga: apenas os esconde, até que alguém tenha coragem de redescobri-los. O Peabiru, símbolo desse legado ancestral, emerge agora com força renovada, reacendendo o debate sobre a verdadeira história das civilizações que habitaram e moldaram o continente americano.


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Ricardo Esper
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